*Por Carlos Alexandre Braga
A consciência sobre o que chamamos de meio ambiente precisa e deve ser discutida o mais urgentemente possível. Na verdade, deveríamos começar essa discussão trocando “meio ambiente” por “ambiente inteiro”, pois me pergunto: até quando vamos tratar com leviandade o que o mundo chama de pulmão, ou coração do planeta?
Estamos saturados de ouvir falar em desmatamento, preservação, agrotóxicos, morte de corais, produção desenfreada de lixo, desequilíbrio da atmosfera, derretimento de geleiras, aquecimento global, extinção de animais, fome, entre outras centenas de indícios de que estamos no caminho errado. E fica a pergunta: o que fazer com tudo isso? Esperamos das autoridades providências e soluções, mas não fazemos nossa parte, continuamos a jogar lixo e descartar dejetos de forma irregular, sem nos sentirmos responsáveis por isso.
Preservar a Amazônia vai além de reuniões e projetos que não saem do papel. Começa dentro dos nossos lares, quando separamos o lixo de forma correta, ensinamos nossos filhos e netos a fazerem o mesmo e respeitarem os recursos que são finitos, economizando água e criando consciência na sociedade em que estamos inseridos. Depende de cada um de nós, e a ficha precisa cair.
Não podemos mais terceirizar a culpa sobre os cuidados da floresta. Cada um de nós tem as ferramentas e o potencial para fazer a sua parte para o futuro, ou para o presente mesmo, onde já sofremos as consequências das nossas escolhas e atitudes.
Derivada do grego, a palavra Amazônia significa “mulher guerreira” que, segundo lendas antigas, queimava o seio direito para facilitar o uso do arco. Partindo dessa premissa, te pergunto: até quando a Amazônia vai precisar ser mutilada? A nossa floresta é uma guerreira que trabalha de forma harmônica, dia após dia, lutando a nosso favor, enquanto remamos contra a maré, devastando suas terras, poluindo suas águas. Ela, milhares de espécies e vidas microscópicas lutam para sobreviver e sustentar sozinha a minha e sua vida.
Vivemos em uma humanidade que teme a morte, mas não preserva a vida. E quando a morte se aproxima, passamos a valorizar o que ela mesma destruiu. Assim deixo a reflexão: o que exatamente iremos comemorar no dia 5 de setembro, o Dia da Amazônia?
Carlos Alexandre Braga é escritor, bacharel em Direito, pós-graduado em Segurança Pública e mestre em Desenvolvimento Regional. Autor do livro Voando em busca de onde viemos