Expedição francesa Nomade des Mers chega ao Rio de Janeiro para trocar experiências tecnológicas
Iniciativa conta com apoio da Fundação Schneider Electric e promove tecnologias simples, eficientes e de baixo custo ao redor do mundo
A expedição marítima Nomade des Mers (Nômade dos Mares), que saiu da França em fevereiro de 2016, acabou de chegar ao Rio de Janeiro. O projeto, que conta com o apoio da Fundação Schneider Electric, é liderado por três jovens que buscam estudar, desenvolver e prototipar tecnologias de baixo custo, simples e acessíveis, conhecidas como low-techs, ao redor do mundo. O objetivo é criar um ambiente de inovação ainda pouco explorado pela comunidade científica.
“Uma de nossas missões é apoiar projetos que transformam a vida das pessoas e causam mudanças positivas no planeta. O Nômade dos Mares irá contribuir ativamente para uma melhor compreensão e conhecimento acerca das tecnologias alternativas”, afirmou Gilles Vermot Desroches, vice-presidente global de sustentabilidade da Schneider.
A expedição acontece em um catamarã de 45 pés totalmente equipado com soluções tecnológicas acessíveis. Chamado de “Low-Tech Lab” pelos nômades, o barco se tornou um laboratório de ideias para a aventura, que irá durar três anos. Em cada uma das 15 paradas, a equipe irá explorar um tema da comunidade local e um inventor será convidado a testar a sua solução low-tech a bordo. A ideia é buscar projetos inspiradores, trocar experiências e se envolver em um processo de co-construção de low-techs.
“Nossos colaboradores ao redor do mundo participarão de eventos com a tripulação para compartilhar conhecimento e experiências. A inovação atrelada à sustentabilidade e à eficiência é um dos nossos pilares e acreditamos que deve ser acessível para todas as pessoas, prova disso é o nosso Programa de Acesso à Energia”, conclui Tania Cosentino, presidente da Schneider para a América do Sul.
Como parte de seu programa de sensibilização em torno do tema Sustentabilidade, a Fundação Schneider Electric, além de recursos financeiros, mobilizou sua equipe de P&D para ajudar a tripulação a desenvolver tecnologias de baixo custo para equipar o barco. A companhia também forneceu equipamentos e soluções de gerenciamento e de acesso à energia, como a lâmpada solar portátil Mobiya.
A Schneider convidou alguns de seus especialistas do Programa Edison, um grupo de profissionais que se envolve com atividades além dos limites de sua responsabilidade na companhia, e do Programa Teachers, rede formada por colaboradores e ex-colaboradores que atuam na capacitação profissional de jovens, para participarem ativamente do Low-Tech Lab. Eles vão dar apoio a estudos sobre as tecnologias selecionadas.
A expedição já passou por Marrocos, Senegal, Cabo Verde e chegou ao Brasil no final de julho, onde ficará por três meses. No país, o catamarã já ancorou em Recife. “Nessa primeira parada no Brasil, aprendemos a construir um biodigestor que fabrica gás de fogão a partir do lixo orgânico. Além de um sistema de tratamento de água que usa a luz de uma lâmpada para filtrar as impurezas”, diz Corentin De Chatelperron, líder da missão Nomade des Mers. Aos pernambucanos, os pesquisadores franceses ensinaram uma técnica aprendida no Senegal: um sistema de cata-vento que produz energia suficiente para carregar celular e suprir pequenas necessidades. O custo do protótipo, que utiliza canos PVC e um motor de impressora, é menor que R$ 40,00.
No Rio de Janeiro, o catamarã ficará aportado na sede do Instituto Rumo Náutico – Projeto Grael, em Niterói. A instituição, que tem como um dos objetivos promover gratuitamente a educação ambiental, estimular o jovem para o exercício da cidadania, também é parceira do Nômade dos Mares. “É um projeto que vem de encontro à atuação do Instituto nos temas da sustentabilidade e da limpeza da Baía de Guanabara, proporcionando aos jovens conhecerem e experimentarem iniciativas inovadoras como essa”, afirmou Axel Schmidt Grael, fundador do Projeto Grael.
Na sequência a equipe embarcará rumo a África do Sul, Madagascar, Moçambique, Maldivas, Sri Lanka, Índia e Indonésia, finalizando os três anos de expedição.