No tradicional mundo dos vinhos, fama se constrói com o tempo. As regiões mais tradicionais cultivam suas uvas há centenas de anos da mesma maneira, criando uma identidade e a inserindo em cada garrafa. Países como França e Itália são membros do chamado Velho Mundo do vinho, graças a tal tradição e suas uvas características. Do outro lado, novos países têm adquirido a cultura do vinho e, em anos recentes, começado a produzir seus próprios rótulos, tal como Austrália, Chile, e Brasil.
Dentre todos os países do Novo Mundo, um possui, ao mesmo tempo, características de frescor e jovialidade combinadas com mais de 350 anos de tradição: a África do Sul.
“Os vinhos sul-africanos são um reflexo de nossa sociedade,” afirma Matome Mbatha, Gerente de Mercado da Wines of South Africa. “Mesmo tendo centenas de anos de experiência na produção de vinhos, nós só pudemos exportá-los após a tomada da democracia, no ano de 1994”, completa. Com o fim do regime do Apartheid, a África do Sul pôde, enfim, ter contato com o restante do mundo, tanto o Novo como o Velho, e evoluir sua vitivinicultura a patamares ainda maiores, aliando novas tecnologias e o uso de novas uvas.
Privilegiada com climas e regiões diferentes, porém próximas, a África do Sul consegue produzir com excelência vinhos brancos e tintos, usando enorme variedade de uvas. Os terroirs próximos à costa, no ponto mais ao sul de todo o continente africano, usufruem de um clima mais fresco e ameno, enquanto amainland possui temperaturas mais elevadas e tempo árido.
O grande destaque dos vinhos do país é a uva símbolo nacional, a Pinotage. Herança dos indígenas da região, “é o principal produto que queremos que o mundo conheça de nosso país”, diz Mbatha. A uva, novamente, é reflexo direto da sociedade sul-africana, com traços de suas raízes e sua história, cultivada desde o início da cultura de vinhos do continente.
Além de produzir vinhos únicos e repletos de alma, a África do Sul já é o 9º maior produtor do mundo, com mais 500 Milhões de litros produzidos em 2013. Agora, o país busca promover seus rótulos premium, após anos focado no mercado de entrada – seguindo a tendência dos outros países do Novo Mundo. Com exclusiva certificação de origem (Wine of Origin Seal) e uma chancela que habilita vinhos sob a política de Fair Trade (Wine Industry Ethical Trade Association), o país oferece ainda mais variedade para diferentes públicos. “Não se pode separar o vinho das pessoas. A nossa diversidade – natural, de pessoas, e ao fim, de vinhos – é o que nos faz únicos mundialmente”, finaliza Mbatha.