*Texto escrito pelo cineasta Daniel Bydlowski para o jornal A tarde
Greta Gerwig se tornou a quinta mulher a ser indicada pelo Oscar de melhor diretora com o filme Lady Bird – A Hora de Voar. O filme conta a história de Christine, interpretada por Saoirse Ronan, que também conseguiu a indicação como melhor atriz em 2018.
Christine é uma adolescente que tenta se encontrar no mundo adulto. A personagem, assim como o longa, tem todo o estilo do filme independente do festival de Sundance. Ela é forte, teimosa, engraçada e excêntrica. Suas ações são repentinas e difíceis de prever. Por exemplo, ela quer que todos se refiram a ela pelo nome de Lady Bird, nome que ela deu a si mesma, afim de se afirmar no mundo adulto com decisões próprias. Isto também a alegra, já que vai contra o que sua mãe deseja.
Se Lady Bird quer se ver livre das regras de uma família conservadora, colegas de escola poderiam ser a ferramenta para conseguir tal objetivo. Porém, até mesmo estes são rodeados por segredos e mistérios que não deixam a vida da garota fácil.
Além de tudo isso, Lady Bird demonstra ter afeto por arte, mesmo quando não pareça ter talento. O gosto pela arte também se confunde pela busca de um amor. Assim, Lady Bird quer ganhar uma competição de canto para entrar em uma peça de teatro e ficar mais próxima de sua paixão, Danny O’Neill (Lucas Hedges). Porém, o garoto tenta corresponder os sentimentos de Lady Bird já que quer esconder o fato de ser homossexual.
É exatamente este conflito em relação a uma mãe controladora, mas que sempre oferece sua ajuda nos momentos tristes da protagonista, que o filme explora eficazmente. De modo a deixar as cenas se desdobarem por mais tempo do que produções tradicionais, Greta Gerwig consegue trazer um olhar contemplativo para as dores de sua protagonista (que, segundo a própria diretora, é inspirada na sua própria vida).
Daniel Bydlowski é cineasta brasileiro e artista de realidade virtual com Masters of Fine Arts pela University of Southern California e doutorando na University of California, em Santa Barbara, nos Estados Unidos. É membro do Directors Guild of America. Trabalhou ao lado de grandes nomes da indústria cinematográfica como Mark Jonathan Harris e Marsha Kinder em projetos com temas sociais importantes. Seu filme NanoEden, primeiro longa em realidade virtual em 3D, estreia em breve.
Fonte: LC Agência de Comunicação