Quatro erros comuns ao ler rótulos de produtos alimentícios

Dar uma olhadinha no rótulo dos produtos alimentícios já virou parte da rotina dos brasileiros. Segundo uma pesquisa da Tate & Lyle, fornecedora global de ingredientes e soluções para alimentos e bebidas, 83% dos consumidores no Brasil consultam a tabela nutricional presente na embalagem.

Entretanto, nem sempre a leitura resulta no esclarecimento do consumidor. “Por mais que estejamos caminhando para adoção de rótulos cada vez mais limpos, com informações de mais fácil entendimento, ainda é muito comum o consumidor encontrar dificuldades para entender o rótulo”, comenta Renata Cassar, nutricionista da Tate & Lyle.

Confira abaixo os erros mais comuns ao ler rótulos de produtos e saiba como evitá-los.

1. Checar apenas as calorias na tabela nutricional

O valor energético é a primeira informação que vem na tabela nutricional, mas não é por isso que é a mais importante. “Temos que analisar o valor nutricional do alimento e não somente as calorias. É preciso checar os macronutrientes, ou seja, carboidratos, incluindo açúcar, proteínas e gorduras presentes no produto”.

Vale lembrar que as gorduras que constam na tabela nutricional podem estar presentes em pelo menos três categorias: gorduras totais, que são a soma de todos os tipos de gorduras encontradas em um alimento, gorduras saturadas e gorduras trans. O consumo tanto das gorduras trans como das saturadas deve ser restrito, pois sua ingestão pode aumentar o risco de doenças do coração. Em alguns alimentos, e em condições específicas, a tabela pode trazer também as gorduras insaturadas, um tipo de gordura benéfica à saúde.

“Também recomendo verificar a quantidade de fibra alimentar. Não é regra, mas muitos alimentos e bebidas que contêm fibras tendem a ter menos açúcar e calorias, como é o caso de alimentos da categoria de panificados, como os pães e biscoitos com fibras, e as bebidas vegetais adicionadas desse ingrediente, apenas para citar alguns exemplos. Além disso, a fibra tem um papel fundamental no nosso organismo, principalmente na função intestinal”, explica a nutricionista.

“Tem muita gente que busca alimentos pela quantidade de calorias, mas nem sempre o menos calórico é o mais saudável ou o mais nutritivo, por isso a importância de se analisar a composição nutricional como um todo levando em conta a quantidade por porção”, ressalta a especialista em nutrição da Tate & Lyle. Outra dica é verificar a porcentagem que cada nutriente entrega do valor diário (%VD) que um adulto padrão saudável necessita consumir.

2. Não ler a lista de ingredientes

Um dos erros mais comuns é não ler a lista de ingredientes. A leitura é fundamental pois na listagem consta tudo que foi usado para a fabricação do alimento industrializado e, muito importante, na ordem decrescente: do ingrediente em maior quantidade para o ingrediente em menor quantidade e, posteriormente, os aditivos. “Algumas nomenclaturas mais técnicas podem aparecer na lista, mas não é porque não entendemos alguns nomes que temos que ter medo deles. Por exemplo, o ácido ascórbico é a vitamina C e a lecitina é encontrada no ovo. Além disso, há termos que são definidos pelos órgãos reguladores, que a indústria precisa seguir, e muitos consumidores não compreendem. Por exemplo, polidextrose e maltodextrina resistente são nomes técnicos de fibras alimentares. Por isso, recomendo sempre pesquisar aquele termo que causa estranhamento”, pontua Renata Cassar.

3. Considerar açúcar tudo que termina com “ose”

Sacarose, frutose, glicose, maltose. É comum encontrarmos a orientação de que tudo que termina com “ose” na lista de ingredientes é açúcar, mas não é bem assim. “As generalizações são perigosas pois sempre deixam de lado a exceção à regra e esse é exatamente o caso da polidextrose, que é uma fibra alimentar, e não um açúcar”, esclarece a nutricionista. Empregada na fabricação de bebidas e alimentos de baixa caloria, esta fibra é usada em estratégias de redução de açúcar e calorias e como solução para o enriquecimento e fortificação com fibras.

4.

O erro mais clássico! Basta entrar na dieta que tudo que é “light”, “diet” ou “zero gordura” se torna mais atrativo. Eles podem sim ajudar na seleção de alguns alimentos e bebidas, porém, por mais que estes termos tenham destaque na embalagem dos produtos, eles não são sempre garantia de um alimento mais saudável. A nutricionista da Tate & Lyle reforça que para uma escolha consciente, é preciso ler o rótulo. E adverte: “não existe alimento mágico, o equilíbrio é o mais importante”.