Covid-19: os cinco tipos de vacina em testes no Brasil e o que falta para ficarem prontas

A busca por uma vacina contra o novo coronavírus passou a fazer parte do dia a dia dos profissionais atuantes em laboratórios farmacêuticos, instituições universitárias e centros de pesquisa em todo o planeta. A meta é apresentar uma solução adequada e resguardar as pessoas contra a Covid-19. Isso porque, especialistas já destacaram que apenas um imunizante seguro e eficaz poderá acabar de vez com a pandemia e contribuir com a redução definitiva nos números da doença.

O médico, infectologista do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) do IBCC Oncologia, Dr. Antonio Marcos Cyrillo, ressalta que no Brasil existem hoje cinco vacinas em fase de testes clínicos. São elas: Pfizer/BioNTech, AstraZeneca/Oxforfd, CoronaVac/Butantan, Sputnik/Gamaleya e Moderna. No entanto, o infectologista frisa a importância de não haver descuido quanto à prevenção. “As medidas preventivas são as maneiras que hoje temos, de mais efetivas, para diminuir as chances de infecção pelo vírus, como higienizar as mãos com água e sabão, usar álcool a 70% (em gel ou líquido) e utilizar a máscara de proteção adequada para cada ambiente”, alerta.

 

As fases de um estudo clínico são as seguintes:

Fase 1

– n.º 20 – 100 voluntários

– Estudos realizados em voluntários sadios (exceção em oncologia), avaliação da segurança e tolerabilidade inicial.

– Farmacocinética e Farmacodinâmica.

Fase 2

– n.º 100 – 500 voluntários

– Estudos com foco em dados de eficácia e dados adicionais de segurança.

– Confirmação da dose.

Fase 3

– n.º 1000 – 5000 voluntários

– Dados adicionais de segurança e eficácia e diferentes populações e dosagens.

– Utilização de combinação e/ou comparação com medicamentos aprovados.

Fase 4

– Grupo maior de pacientes doentes.

– Estudos pós-comercialização.

– Dados mais amplos sobre segurança, eficácia e interações medicamentosas.

Para que a vacina chegue à população, é preciso que os cientistas possam conferir se as pessoas vacinadas desenvolveram ou não reações adversas e se ficaram mais protegidas, ou não, da infecção pelo novo coronavírus quando comparadas ao grupo que usou placebo. Após essas fases, os dados clínicos são reportados para as agências e órgãos reguladores, que no Brasil é a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) calcula 44 candidatas à vacina que estão em testes nas fases 1, 2 ou 3 de estudos clínicos, ou seja, aquelas que envolvem seres humanos, segundo relatório divulgado em 19 de outubro, último. De acordo com o levantamento, existem ainda mais de cem outras produções em etapa pré-clínica de pesquisas, aquelas realizadas com células e animais.

Vale levar em conta que a aprovação de uma vacina, qualquer que seja, não significa que ela estará disponível prontamente. A liberação significa o início da fabricação em massa, uma adequada organização de campanhas, a ocorrência de treinamento de equipes de saúde e a ordenação de logística e transporte para distribuição.