O verão começa hoje, (21), e é nesta estação que quem tem melasma sofre ainda mais com a piora das manchas. Para orientar sobre como prevenir, controlar e tratar o melasma, a Dra. Simone Stringhini, médica dermatologista, Membro efetiva da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) desde 1994; membro efetiva da Academia Americana de Dermatologia (AAD) desde 2010; membro efetiva da IMCAS Academy (Aesthetics Surgery & Cosmetic Dermatology – European) desde 2018; referência em Diagnóstico e Tratamentos Dermatológicos Estéticos há 20 anos; e uma das primeiras a fazer a aplicação de peeling no País-, dá algumas dicas de cuidados essenciais.
Comum principalmente entre as mulheres, cerca de 90% dos casos, segundo artigo científico do The Journal of Dermatology, o melasma são manchas escuras que podem aparecer com maior frequência na testa, bochechas, buço e dorso do nariz. Segundo a dermatologista com mais de 30 anos de experiência, membro efetiva da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) desde 1994; e membro efetiva da Academia Americana de Dermatologia (AAD), Simone Stringhini, os três principais fatores desencadeadores do melasma são: sol, calor e hormônios. Por isso, o verão é a estação em que os sintomas se agravam.
Mulheres grávidas apresentam maiores chances de desenvolver o melasma em decorrência do fator hormonal, que causa o aumento na dilatação dos vasos sanguíneos, contribuindo para o aparecimento das manchas. Além disso, pessoas de pele morena e negra, além de asiáticos e latinos, também têm maior predisposição ao aparecimento do melasma.
Apesar de ser um problema crônico, o melasma pode ser bastante atenuado tomando alguns cuidados básicos, como explica a dermatologista Dra. Simone Stringhini, “é importante tentar manter a temperatura, principalmente do rosto, mais amena para evitar o melasma. Por isso, durante o verão eu indico usar água termal no rosto e levar na bolsa quando for sair. Pode deixar a água termal na geladeira e pegar antes de sair para conservar a baixa temperatura”, aconselha a doutora.
Questões relacionadas ao emocional também podem desencadear o melasma. Segundo a doutora, a explicação para isso é que o sistema nervoso e a pele têm a mesma origem embrionária e, portanto, muitos problemas de pele sofrem influência do nosso estado emocional. “Com o estresse há o aumento do cortisol no organismo e ele atua diretamente na Tirosinase, que é a enzima que regula a produção da melanina. Portanto, esse estado de estresse irá piorar as manchas”, explica Simone, que comentou também o aumento nas queixas de melasma, observado durante a pandemia, ligado a fatores decorrentes do sistema nervoso.
Confira as principais recomendações para prevenir o surgimento do melasma:
– Uso diário e escolha cuidadosa do protetor solar
É essencial a utilização de filtro solar com FPS alto, acima de 50 e com cor, para quem tem melasma. “O ideal são aqueles protetores solares bem grossos para cobrir e aderir bem na pele, criando uma barreira mais reforçada de proteção e também recomendo o uso de filtro solar com cor, como uma espécie de base de maquiagem”, indica Simone.
A dermatologista também destaca a importância de reaplicar o protetor solar ao longo do dia. “Quem tem melasma não pode ficar com a pele exposta ao sol, principalmente na área do rosto, pois o sol é um dos principais fatores que desencadeiam o melasma. Por isso, o uso do protetor solar tem que ser um hábito diário”, afirma ela. Para isso, é indicado levar o produto na bolsa.
Uma informação curiosa e importante é que mesmo as luzes artificiais são um risco para o melasma. Qualquer forma de radiação pode estimular o aparecimento das manchas escuras. Então, mesmo no inverno e dentro de casa a recomendação de usar protetor solar se mantém.
– Uso de chapéu ou boné para ir à praia ou fazer atividades ao ar livre
A recomendação segue o motivo da dica anterior, por isso quem tem melasma tem que sempre utilizar chapéu ou boné quando for fazer atividades ao ar livre, principalmente durante o verão.
Outra dica que pode ajudar na prevenção é o uso de camisas de manga longa com proteção solar. Pois, mesmo que a incidência seja maior no rosto, qualquer parte do corpo que estiver exposta ao sol pode desencadear o melasma.
– Água termal pode ser um bom aliado contra o melasma
Manter a pele fresca, em temperaturas mais amenas, também ajuda a controlar o melasma. Por isso, a dica da doutora Simone é fazer o uso frequente da água termal e, segundo ela, “pode até colocar o produto na geladeira para deixá-lo mais gelado e levar na bolsa quando for sair”.
– Pílulas anticoncepcionais podem agravar o melasma
Os anticoncepcionais podem causar piora no melasma, isso porque eles acabam por dilatar os vasos sanguíneos, o que agrava o melasma.
“Quando a mulher toma a pílula anticoncepcional, ela ingere certa quantidade de hormônios e o corpo reage a eles de maneira similar ao período de gravidez, onde são produzidos muitos hormônios. Portanto, assim como na gravidez, o organismo acaba por aumentar os vasos sanguíneos e isso faz com que o melasma piore”, explica a dermatologista. Ela afirma que na gravidez a probabilidade de piora é maior pois a quantidade de hormônios no corpo é muito maior, mas que a pílula também pode despertar o melasma.
Tratamentos para o melasma
O dermatologista é quem irá diagnosticar o melasma e indicar o melhor tratamento, por isso é importante estar em dia com o check up no dermatologista para identificar precocemente possíveis doenças como o melasma.
São três os tipos de tratamentos possíveis para o melasma: uso de medicamentos tópicos no tratamento, como cremes clareadores; uso de medicamentos orais ou tratamentos dermatológicos avançados, realizados em consultório.
Geralmente, os dermatologistas começam a tratar o melasma com os cremes clareadores e, se necessário, fazem a associação com medicamentos orais. O protocolo mais comum é a chamada tríplice, que consiste em três ativos combinados: a Hidroquinona, associada a um ácido retinoico e um corticóide. Mas a doutora pontua que a Hidroquinona não é um tratamento a longo prazo pois, esse ativo não pode ser utilizado por mais de quatro meses consecutivos e também não é recomendado o uso no verão, portanto, nessa época do ano, os profissionais costumam substituir o clareador por outro mais suave. “No caso do uso da Hidroquinona é importante fazer a substituição por outro clareador pois, se for feita apenas a interrupção do tratamento com a hidroquinona, provavelmente ocorrerá o efeito rebote, voltando o melasma com mais intensidade”, explica a médica, que diz indicar ativos como o Belides, que é um clareador que atua em toda a cascata de formação da melanina.
Em casos de melasma mais persistente, tratamentos em consultório também podem ser utilizados, como: peeling, o microagulhamento (IPCA) e os lasers, que podem ser tanto focados nos vasos sanguíneos, como específicos para clareamento, atuando no controle do excesso de melanina que é uma das causas do melasma. Mas, a indicação irá depender do caso e conforme a avaliação do dermatologista