*Rodolfo Schneider
Comum nas rodas de conversa, em ações de empresas e campanhas publicitárias, a solidariedade é um tema bastante abordado pelo brasileiro. Conhecido como um povo que acolhe e contribui com o outro e com as necessidades à sua volta, todos nós costumamos nos reconhecer como solidários. E isso é verdade. Mas, será que sabemos para onde direcionar a nossa efetiva contribuição?
Não que uma causa anule a outra, entretanto existem diferentes formas de agir com solidariedade, seja doando tempo, acolhimento, ações em comunidades e, claro, também a financeira. Segundo pesquisa realizada pelo Datafolha em 2020, cerca de 96% dos brasileiros têm o desejo de ser mais solidário e buscam fazer o bem, mas às vezes não sabem como colocar isso em prática.
O período da pandemia da covid-19, que assolou toda população, também influencia o perfil de doação. De acordo com pesquisa realizada pelo Data Favela, parceria do Instituto Locomotiva, da Central Única das Favelas (Cufa) e da Favela Holding, aproximadamente 49% dos brasileiros fizeram algum tipo de doação durante esse período. Esse índice é ainda maior nas favelas, onde cerca de 63% dos moradores contribuíram com doações.
Isso aponta um questionamento importante de uma faixa salarial que pode utilizar diversas ferramentas para doação. Uma delas é o Imposto Solidário, que é pouco difundido no país, mas se trata de uma opção que deveria ser mais utilizada pelas pessoas em geral. Todo contribuinte que opta pelo modelo completo na hora da declaração pode direcionar até 3% do Imposto de Renda para instituições sociais – dinheiro que já seria pago ao governo de qualquer maneira. Essa destinação permite escolher uma causa e acompanhar de perto o uso desse dinheiro e os avanços dos projetos que apoiamos.
Segundo dados da Receita Federal, mais de 97% das pessoas estão aptas a destinar o Imposto de Renda, mas não o fazem e o potencial de doação chega a 4 bilhões. Esse montante garantiria a continuidade, expansão e até a criação de inúmeros projetos. Sobretudo, no momento da pandemia da covid-19, em que as instituições não conseguem realizar grandes eventos de arrecadação, é uma das formas mais utilizadas para arrecadar recursos.
Como estamos em um tempo de constantes mudanças, todos temos uma nova chance de fazer diferente. O período de declaração do Imposto de Renda vai até dia 30 de abril, e para todos aqueles que optam pela declaração no modelo completo, eu convido a um olhar diferente para seu Imposto e o direcionamento para causas sociais. Para conhecer o passo a passo do processo basta acessar o site: impostosolidario.org.br e conhecer projetos de alto impacto em regiões de vulnerabilidade social. Se a máxima diz que somos um povo solidário, podemos provar que utilizamos de todas as formas para fazer o bem.
**Rodolfo Schneider é gerente de Captação de Recursos do Marista Escolas Sociais