A edição, que chega às bancas a partir de 8 de abril, promove uma discussão sobre consciência ecológica na arquitetura e na decoração, e joga luz sobre técnicas, materiais e processos criativos sustentáveis.
Utilização de recursos renováveis, cuidado com a durabilidade, reaproveitamento de materiais e preocupação social estão entre os pontos que norteiam o tema central da edição de abril da revista Casa Vogue: a busca pela sustentabilidade. Profissionais e especialistas do universo da arquitetura e da decoração promovem debates sobre as questões que cercam a temática, falando, inclusive, sobre responsabilidade e consciência nos processos criativos. Uma matéria sobre biomimética, biofilia, bioarquitetura e biourbanismo, o ateliê criativo da artista Sonia Gomes, e a casa macaco de Marko Brajovic são alguns destaques da edição.
1. Voraz e mortal, a Covid-19 começou a assombrar o mundo em 2020. Uma união de forças global sem precedentes conseguiu o inacreditável: vacinas em tempo recorde. A pressa e a mobilização em torno da pandemia fazem falta em outra crise: a climática. Talvez porque essa se compare mais a uma doença crônica, que se instala lentamente. Na arquitetura, porém, já existem remédios para tal questão. Quatro diferentes facetas convergem como forma de saciar a exploração do meio ambiente: bioarquitetura, biofilia, biourbanismo e biomimética. Com prefixo comum, elas engrossam as fileiras pela manutenção da vida e agem sem esperar o próximo alarme tocar.
O setor da construção carrega 40% do consumo dos recursos naturais do planeta, entre água, matérias-primas e energia. Sob o cabideiro da bioarquitetura, nascem as denominações da bioconstrução, arquitetura ecológica e sustentável e bioclimática, todas propondo aliviar os impactos ambientais dos projetos. Na biofilia, o amor à vida resulta em uma reconciliação com anatureza, bem-estar e saúde, comprovando os benefícios de abrigar plantas e animais nos espaços em que se vive. Estes dois conceitos em fusão originam a escala urbana do terceiro conceito: biourbanismo. Por último, a biomimética lança luz sobre a natureza como solução tecnológica para estruturas, adaptação e impermeabilidade. Casas, produtos e materiais que respondem ao imperativo chamado de preservação pela natureza ilustram a reportagem.
2. – O croata Marko Brajovic abre as portas de seu refúgio nas matas de Paraty, no RJ, e ilustra a capa da edição. O arquiteto e designer aposta na biomimética. “A natureza é um designer de 3,8 bilhões de anos”, diz ele, que explica a técnica em poucas palavras: “É a metodologia prática de observar e aplicar a inteligência da natureza, neste caso, na arquitetura”.
– À beira da Chapada dos Veadeiros, em Goiás, dá vida ao projeto assinado pelo escritório brasiliense Bloco Arquitetos, que alia tecnologias construtivas racionais a saberes da arquitetura vernacular.
– Partindo de Trancoso, na Bahia,, uma parceria entre o Estúdio OR+K e a Todos Arquitetura valoriza o reaproveitamento de materiais e a mão de obra local na reforma de uma construção
– E, por fim, soluções das edificações mouras, como pátios e fontes, refrescam a morada com legado árabe concebida por Paloma Cañizares em Cádiz, na espanhola Andaluzia.
Os projetos estão na seção Universo.
3. Reconhecida internacionalmente por ressignificar itens doados ou encontrados, a artista plástica Sonia Gomes acaba de concluir um extenso trabalho: a remodelação de seu ateliê de 160 m² em São Paulo, cidade que escolheu como lar há quatro anos. Afeto, memória e organicidade estão por trás do projeto, apresentado em detalhes no Em Casa Com.
4. Professor de design para sustentabilidade e inovação social, o argentino radicado no Brasil Christian Ullmann desmitifica a economia circular, questiona a formação dos designers e os provoca a repensarem seu papel na construção de um mundo mais verde: “Qual a primeira coisa que precisamos fazer antes de criar uma cadeira de madeira? A resposta é plantar árvores”. Confira esse e outros questionamentos em Entrevista.
5. Em Arte, inspirado por vozes e visões ancestrais, o artista sul-africano Andile Dyalvane molda assentos munidos de símbolos que reverenciam a cultura e a história de seu povo. E em Design, descubra como experimentações com substâncias vegetais e sobras da indústria e da agricultura dão origem às novas m