*Por Cleison Dará
Grande parte das marcas líderes nacionais e internacionais já reconhecem a importância de realizar um planejamento estratégico de marketing orientado a dados e isso acontece, principalmente, ao nível de controle e previsibilidade que as informações coletadas, de forma confiável, conseguem trazer para a empresa. A grande questão do momento é como fazer isso e quais caminhos escolher para desenhar este plano.
Precisamos partir da premissa de que nem todos os gestores e líderes sabem exatamente o que é um planejamento estratégico de marketing orientado a dados ou como usá-lo para deixar o negócio sempre um passo à frente da concorrência. Por isso, é interessante começarmos do básico: a inteligência de mercado nada mais é do que uma estratégia que se desenvolve no ambiente corporativo e consiste na coleta e análise de dados para obter insights.
Muitas pessoas costumam resumir que a inteligência de mercado é a análise de concorrentes. Embora essa realmente seja uma das principais ações, não devemos nos prender a analisar apenas informações da concorrência, mas, sim, um apanhado de vários dados que ajudarão a construir uma visão mais ampla dos possíveis problemas futuros, já antecipando soluções.
Para deixarmos tudo ainda mais claro e não causar confusões, a inteligência de mercado ajuda empresas a criar uma autoconsciência, evitando o desenvolvimento de vícios em relação à mentalidade organizacional, estratégia e comportamento, que podem ser prejudiciais, já que não é viável inovar se estamos presos a velhos hábitos. Já a inteligência competitiva é usada para se destacar da concorrência, sem “surfar a onda” do momento. Ambas são importantes para diversos tipos de negócios na tomada de decisões.
No caso da inteligência de mercado, que é o foco deste artigo, ela tem como principal vantagem a possibilidade de conhecer mais detalhadamente o público-alvo. Desta maneira, a empresa conseguirá interpretar o comportamento do consumidor de forma aprofundada, o que é fundamental para atraí-lo e conquistá-lo, para que se torne um cliente promotor da marca. Além disso, pode ajudar a identificar a percepção do público com determinado produto ou serviço, entender a visão do consumidor sobre a marca, avaliar se a precificação está coerente, analisar os diferenciais do produto, conhecer a fundo o público-alvo, acompanhar a concorrência e entender detalhadamente o segmento, indo desde problemas até tendências, players e influenciadores.
É importante perceber que, cada vez mais, obter apenas dados internos não é o suficiente para traduzir a complexidade do mundo dos negócios. Coletar, de forma automatizada, dados externos também é essencial. E o melhor é que hoje existem diversas tecnologias disponíveis para isso, como o Big Data, que permite construir sistemas automatizados que coletam informações e que são importantes para os objetivos estratégicos.
Marcas líderes também têm feito uso das técnicas de Growth Intelligence. Um conceito que, em razão dos seus benefícios, vem se expandindo em grande velocidade nas organizações. O termo, em geral, significa o uso do Big Data e da ciência de dados para gerar crescimento em marketing e vendas. O movimento de aliar novas tecnologias que permitam a coleta e análise de dados de forma ágil, automatizada e prática vem ganhando força no mercado e, conectado a isso, também cresce a necessidade de líderes e profissionais capazes de adicionar elementos de storytelling e atendimento humanizado em seus processos.
Escolher as plataformas que irão ajudar na análise e monitoramento dos dados é um passo muito importante e, para isso, existem recursos que podem oferecer diversos insights valiosos gratuitamente, mas também existem boas fontes que coletam dados relevantes de forma paga. Uma boa mescla do maior número de fontes possíveis é a melhor estratégia para os negócios.
Contudo, não basta apenas escolher o meio que será utilizado, a configuração adequada é igualmente importante para garantir informações verídicas que serão utilizadas nas estratégias de marketing, além de profissionais e uma equipe especializada para interpretar estes dados e convertê-los em campanhas e ações.
Diversas ferramentas podem ser úteis para ajudar a sua empresa a acertar, como o próprio IBGE, que fornece uma boa base de dados demográficos. Outro exemplo é o Mailchimp, que hoje é uma das principais plataformas de e-mail marketing da internet e permite enviar milhares de mensagens para uma base enorme de clientes de maneira automática e rápida.
Há ainda o Google Ads, utilizado para verificar quais são as palavras mais utilizadas no mecanismo de busca do Google, possibilitando uma análise bastante completa dos interesses do seu público. Temos também o Google Trands, para analisar a frequência de buscas por termos e palavras ao longo do tempo; além do Google Analytics, que oferece um conjunto de dados completos sobre a performance de produtos específicos, pontos de vendas, dados demográficos, perfil do consumidor, demanda por região, dados de ruptura e insights para ações de marketing.
A inteligência de mercado garante uma maior sustentabilidade do negócio, pois com ações estruturadas e embasadas por insights é possível obter escolhas de marketing e decisões mais assertivas. Tenha certeza de que, com informações de qualidade e análises bem feitas, fica muito mais fácil tomar decisões e acertar nas estratégias. Olhar para fora e manter o radar ligado é o caminho certo para melhorar os processos, ganhar competitividade e se destacar no mundo dos negócios.
*Cleison Dará é Analista de Marketing da Gofind, o primeiro localizador
de produtos omnichannel do Brasil