A Síndrome de Guillain-Barré é um distúrbio neurológico autoimune raro. O sistema imunológico danifica as células do sistema nervoso, impedindo a adequada condução elétrica, causando vários sintomas, principalmente fraqueza muscular. A doença é considerada como uma reação imune, portanto, é incomum e pode acontecer após infecções, sejam elas respiratórias ou intestinais, além do uso de diferentes vacinas e de uma possível predisposição genética.
Acredita-se que ela ocorra em torno de um a dois casos por 100 mil indivíduos por ano. A maioria das pessoas, após desenvolver a doença, se recupera totalmente do distúrbio, no entanto, aproximadamente 7,5% dos casos resultam em óbito. O principal risco provocado pela síndrome é quando existe comprometimento do sistema respiratório, podendo resultar na morte do paciente caso não sejam adotadas as medidas adequadas, como tratamento em unidade de terapia intensiva (UTI) com assistência respiratória.
Segundo Carlos Caron, professor responsável pelas disciplinas de Neurologia, Semiologia e Propedêutica da Faculdade Evangélica Mackenzie Paraná (FEMPAR), os sintomas iniciais da Síndrome de Guillain-Barré geralmente se iniciam nas extremidades dos membros inferiores, com perda de força muscular, muitas vezes acompanhado de algum grau de perda de sensibilidade ou de sensação de queimação.
“Essa doença se desenvolve por um intervalo muito variável, pode ser em horas ou semanas. Ela provoca uma fraqueza progressiva que começa nos membros inferiores e assume um caráter ascendente, envolvendo os membros superiores, podendo levar a dificuldade de fala, de deglutição, e claro, o que mais receamos, que é a dificuldade respiratória”, explica o professor.
Este distúrbio neurológico possui tratamento, que é feito em ambiente hospitalar, usando, por exemplo, imunoglobulina e uma técnica chamada plasmaferese. Ambas melhoram o prognóstico no paciente quando são utilizadas.
Além disso, Caron afirma que a doença possui correlação com a vacina contra a covid-19. “A partir de dados divulgados pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, foi observado que aproximadamente 100 pessoas desenvolveram a Síndrome de Guillain-Barré entre 12,5 milhões de vacinados para a Covid-19. Embora sejam, proporcionalmente, poucos casos, existe sempre a possibilidade de termos de enfrentar esse tipo de ocorrência, independente de qual seja a vacina”, finaliza.