* Por Patrícia Hatae e Fernando Arbache
A Transformação Digital vem nos envolvendo há muitos anos em uma mudança profunda, que está, de fato, como a própria palavra fala, “transformando”. Essa mudança não é algo novo. Antes mesmo de falarmos em inteligência artificial, de smartphones, dos aplicativos de delivery, o mundo começou a se digitalizar.
As primeiras aplicações à tecnologia, apesar de revolucionárias para a época, são desconhecidas da grande maioria das pessoas, pois elas já se tornaram obsoletas. Alguns talvez se lembrem que a conexão pela internet necessitava de pesados modens, que transformavam o som dos telefones convencionais, em sinal de internet. A velocidade era extremamente baixa, não sendo comparada a nada que temos hoje.
A evolução, na realidade, é a base do que seremos, portanto, é fundamental nos adaptarmos, não deixando de implementar sempre as inovações. O investimento contínuo em tecnologia passa a ser crucial, é necessário evoluir digitalmente. A redução dos custos e a introdução dos smartphones em 2007 fez com que houvesse profundas mudanças na sociedade, impactando diretamente na forma de atuação das empresas e das pessoas, que passaram a lidar com a digitalização.
A adoção cada vez maior, por diversas classes sociais, passou a gerar escalabilidade, que por sua vez gerou um círculo virtuoso de redução ainda maior de custos e o surgimento de novas aplicações, que começaram a mudar tudo que fazemos. Bancos, transporte, alimentação, turismo, ou seja, tudo que fazíamos antes passou a ser acessado pelos smartphones de forma DIGITAL.
Seguindo essa tendência, a saúde vem sendo cada vez mais digitalizada e diversas pessoas, independente de sua classe social, se adaptam a tecnologia para gerenciar a sua saúde, são os tempos modernos.
É preciso lembrar também que estamos saindo da revolução industrial 4.0, onde o processo ocorre na chamada revolução 5.0 denominada como personificação DIGITAL, algo centrado no indivíduo. Nesta mesma linha, na saúde 4.0 trabalhamos com Inteligência Artificial, Internet das Coisas, cirurgias robóticas e realidade virtual. Já na 5.0 adicionamos o propósito de inovação, inclusão e a cooperação entre as pessoas e máquinas.Nesta nova revolução, por exemplo, o acampamento é uma tendência na saúde, evoluindo do EMR (Eletronic Medic Record), PACS (Picture Archive System), assinatura e receituários digitais para a era da medicina baseada em dados, com análises preditivas, cuidado centrado no indivíduo, jornada e experiência do médico e do paciente.
Podemos então dizer que as gerações tiveram que adaptar seu estilo de vida ao que as máquinas podiam fazer. Diferentemente das outras 4 revoluções, a quinta revolução o indivíduo (pessoa) está no centro de todo o processo, mas isso é extremamente simplificado e nem mesmo começa a explicar a magnitude e a complexidade da mudança.
A digitalização dos serviços foi se intensificando ao longo das décadas, a partir da virada do século, fazendo com que, ter presença digital, seja a condição para estar no mercado. Considerando isso, acredito que passaremos a falar: Evolução Digital em vez de Transformação Digital.
É neste cenário que surge uma nova proposta de conceito, que podemos chamar de Revolução Digital. Mas por que? A Revolução pode ser descrita como uma mudança radical dentro de uma sociedade, que ocorre no contexto político, econômico, cultural e social, onde é estabelecida uma nova ordem. E por que não podemos incluir a digitalização como uma forma de estabelecer essa nova ordem? As inovações tecnológicas podem criar novas formas de fazermos absolutamente tudo, como temos presenciado ao longo das últimas décadas, mudando o mercado, a forma como as pessoas se comportam e suas expectativas.
A inovação baseada em tecnologia pode ser um fator de mudança profunda em nossa sociedade, que irá definir quem fica e quem sai do mercado. Se considerarmos este contexto, podemos dizer que, quem não revolucionar, ou seja, quem não inovar, terá grandes chances de ser apenas mais uma empresa no mercado apenas evoluindo digitalmente.
Diante disto, temos que nos perguntar: devemos continuar evoluindo digitalmente ou revolucionando digitalmente? Ou podemos apenas dizer, queremos ser protagonistas ou coadjuvantes?