A inadimplência no Brasil está elevada e o cartão de crédito segue como a principal dívida entre os consumidores. De acordo com levantamento do Estudo do Endividamento 2021, realizado pela empresa de pesquisa de mercado Opinion Box e pela Serasa, as dívidas com esse meio de pagamento são predominantes para 53% dos brasileiros. Diversas práticas adotadas com frequência pelos consumidores acabam contribuindo para esse cenário, uma das mais comuns é o ato de emprestar o cartão para alguém, o que parece inofensivo mas pode se transformar em uma grande dor de cabeça para o titular.
Emprestar o nome para obter crédito ou um cartão com saldo positivo é uma prática recorrente para uma parcela da população, mas pode ser mais desvantajoso do que entregar a quantia em espécie para o amigo ou familiar. “A prática de emprestar o cartão de crédito, por exemplo, é muito comum e parece inofensiva, mas pode trazer inúmeros problemas para o dono do cartão que vão além do risco de perder o dinheiro, como ter o nome negativado, ficar sem limite no cartão e estremecer o relacionamento entre as partes”, explica Andrea Avedissian, brand manager da Zippi, fintech que oferece o cartão de crédito semanal para autônomos.
Segundo pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, realizada em parceria com SPC Brasil e divulgada em outubro de 2021, 29% dos consumidores fizeram compras com cheque, cartão de crédito, crediário, empréstimo ou financiamento utilizando o nome de outra pessoa nos doze meses anteriores ao levantamento. Além disso, 12% dos que emprestaram o nome acabaram ficando negativados porque o familiar ou amigo não pagou as parcelas
Com essas desvantagens, o mais sensato para as suas finanças é realmente negar o pedido. Entretanto, isso não quer dizer que você deva simplesmente virar as costas para esse amigo ou familiar. “O ideal é tentar ajudar a pessoa a enxergar melhor a situação em que ela se encontra e a real necessidade do empréstimo, mostrando as possíveis consequências. Também é interessante tentar ser criativo para buscar alternativas para auxiliar a pessoa a se organizar e conseguir levantar a quantia necessária”, orienta a especialista.