*Por Pedro Hagge
Cidades e fábricas inteligentes, mais aparelhos conectados em uma única rede, carros autônomos, mais produtividade no campo e nas indústrias. Tudo, absolutamente tudo o que conhecemos hoje será impactado de forma avassaladora por essa nova tecnologia. O 5G está aí e será disruptivo.
Só para listar alguns motivos: ele permite conectar mais aparelhos por km², é até 100 vezes mais rápido que o 4G e deve consumir em torno de 90% menos energia dos aparelhos, o que significa você conectado por muito mais tempo, sem a necessidade de recarregar o dispositivo.
Para nós, que atuamos na indústria de TI, será revolucionário. Se até agora as tecnologias digitais tiveram maior foco no consumidor final, pela primeira vez veremos uma atenção maior ao lado de cá: automação de indústrias, inteligência artificial, robôs conectados e maior criação de valor na cadeia produtiva. O 5G terá um impacto direto na geração de novos negócios e no desenvolvimento econômico do país. Preparem-se para uma explosão de startups com todos os tipos de soluções para o mercado.
Uma pesquisa encomendada pelo Instituto IT Mídia e realizada pela IDC, líder de inteligência de mercado, apontou que até 2025 o 5G vai gerar US$ 25,5 bilhões em negócios B2B no Brasil. Isso irá movimentar toda a cadeia do setor e impulsionar paralelamente outros segmentos como segurança cibernética, robótica, serviços de public cloud e big data.
Uma das principais tendências apontadas pela pesquisa é a implementação de redes privadas. Das soluções mais simples às mais complexas, as empresas vão investir no seu “próprio 5G”, e as companhias de telefonia também deverão estar preparadas para essa nova demanda.
Em algumas partes do mundo, essa revolução já começou. A Mercedes-Benz construiu na Alemanha a primeira fábrica automotiva como uma rede 5G própria no mundo. A “Fábrica 56”, como é chamada, é equipada com várias antenas internas de células pequenas e um hub central. Todos os processos produtivos são interconectados com uma rede sem fio de alta performance.
Agora, como transformar todo esse ecossistema em oportunidade e novas receitas? A pesquisa aponta um caminho claro, que os mercados mais maduros de 5G já indicavam: colaboração. Os principais players precisarão trabalhar juntos para unir expertises e conseguir explorar ao máximo todas as vantagens dessa nova tecnologia. A tal interconexão terá de ser além da rede, também entre operadoras, integradores de sistemas, fabricantes de equipamentos, de sensores e de dispositivos.