*Por Irina Bezzan
No auge da globalização, onde se existe a busca pela integração econômica, social, cultural e política, ainda é comum a falta de preocupação com a igualdade de gênero principalmente no mercado tecnológico. E embora a atualidade comente pautas que antes eram consideradas tabus, e tenha evoluído em diversas vertentes, como a tecnológica, por exemplo, que se demonstrou vital principalmente neste período pandêmico, a ausência de mulheres em vertentes tecnológicas ainda é uma realidade, afetando e tornando o mercado cada vez mais altamente seletivo.
Um estudo feito pelo instituto de pesquisa americano Brookings Institution revelou que as mulheres, na verdade, estão cada vez mais preparadas para trabalhar no setor da tecnologia. De acordo com os dados, as empreendedoras em potencial atingiram uma pontuação média de 48 pontos quando se leva em consideração habilidades e conhecimentos necessários para preencher vagas nesse mercado de trabalho. Enquanto os homens, apenas 45 pontos.
No entanto, mesmo com a crescentes destes números, uma pesquisa realizada pelo Digitalization and the American Workforce reconhece que a participação das mulheres no segmento está abaixo dos 30% e se torna ainda mais rara em posições de gerência ou liderança.
A representatividade feminina neste nicho de atuação deve ser debatida como uma pauta de responsabilidade social. Afinal, a digitalização movimenta o mercado de todas as áreas do sistema operacional, e é essa movimentação que gera emprego e renda. Desta maneira, é necessário que os cargos de maior responsabilidade sejam distribuídos entre os melhores mediante uma seleção justa que não faça segregação por gênero.
Desafios a serem explorados e melhorias necessárias
Segundo dados da The Bridge, existe uma diferença salarial aproximada de 23% entre homens e mulheres no ramo da tecnologia. E não para por aí: em alguns cargos do setor tecnológico mulheres chegam a ganhar 35% a menos que os homens. As mesmas funções são ocupadas por apenas 18% de mulheres.
É importante ressaltar que a disparidade não está apenas nos números e também na questão da representatividade, visto que a cada dia se faz mais importante o uso de campanhas que incentivem mulheres a buscarem voos altos no ramo tecnológico. Logo, precisa-se da construção de uma nova base, para que isso possa despertar curiosidade em uma nova geração de mulheres empreendedoras de sucesso.
Para o alto e porque não, avante?
O estudo feito pelo Mckinsey Global Institute, mostrou que a promoção da igualdade de condições de trabalho promoveria um incremento de cerca de 30% do produto interno bruto (PIB) brasileiro.
Dentro desse contexto, algumas empresas e órgãos se movimentam e geram programas de incentivo para o empreendedorismo feminino, não apenas no mercado tecnológico. Como é o caso do Sebrae, que disponibiliza um programa nomeado “Sebrae Delas”, com o objetivo de incentivar o aumento de cases de sucesso liderados por mulheres.
Portanto, existe uma correlação positiva entre maior produtividade econômica da mulher, principalmente de empresárias, e o crescimento econômico de um país. Mulheres geram emprego e oportunidades para outras mulheres fomentando uma rede de aprendizado e crescimento.
Irina Bezzan é Chief Meaning Officer e Managing Director da The Bridge