Economia compartilhada continua crescendo e já avança em mercados tradicionais como o imobiliário, através de iniciativas inusitadas
A economia compartilhada é uma das maiores tendências de negócios da história. Estima-se que desde 2010 foram aplicados mais de US $23 bilhões em investimento de capital de risco em startups que operam no modelo base de compartilhamento de bens ou serviços. Mas esse valor pode ir muito além, visto que a maior parte destas empresas são privadas e, por isso, seria impossível medir o tamanho real da economia compartilhada. Outro estudo identificou que 44,8 milhões de adultos norte-americanos usaram alguma forma de economia compartilhada. Por lá, a estimativa é que ainda este ano, o número salte para 86,5 milhões de pessoas aderindo ao formato. Já um estudo mais amplo da MCKinsey revelou que na Europa e nos EUA, 20 a 30% da força de trabalho – 162 milhões de pessoas – são fornecedores de plataformas de compartilhamento.
A economia compartilhada tem conquistado espaço nos mais diversos negócios. O aumento da eficiência permite que essas marcas transmitam valor a seus clientes e aumentem a sua satisfação ao pagar pelo que realmente usa, no período que realmente precisa ou deseja utilizar aquele bem ou serviço. Os setores tradicionais estão sendo afetados pela economia compartilhada – e as marcas que não acompanham esse movimento podem sofrer dificuldades.
Um dos exemplos mais conhecidos é na indústria de transporte, um setor tradicional que sofreu fortes impactos na última década. O que o Uber e outros serviços de compartilhamento de carona oferecem é uma alternativa econômica, segura e conveniente às opções de transporte tradicionais, como transporte público ou táxis. Ao utilizar um aplicativo móvel eficiente e uma rede de motoristas controlados, o Uber atende às demandas de transporte dos consumidores, ao mesmo tempo que oferece uma experiência ao usuário superior aos meios tradicionais.
Só na cidade de Nova York, há cerca de 4,5 vezes mais motoristas do Uber do que táxis amarelos. Isso fez com que o preço de possuir um táxi na cidade de Nova York caísse de US $1 milhão em 2015 para menos de US $200.000 hoje. Liderando a economia compartilhada no setor de transporte, a Uber está avaliada em U$72 bilhões, seguida da Didi, U$50 bilhões e da Lyft, com U$11 bilhões.
O que vem a seguir para a economia do compartilhamento?
A tecnologia ajudou a economia do compartilhamento a chegar onde está hoje – e a tendência só deve continuar à medida que nos tornamos mais conectados digitalmente. Embora tenhamos visto como o consumo colaborativo dominante funciona em setores como transporte, bens de consumo e serviços, muitos outros setores tradicionais logo sofrerão mudanças por causa da economia compartilhada.
Um exemplo disso é no mercado imobiliário. A VCI, responsável pelos empreendimentos Hard Rock Hotel no Brasil, criou o modelo Smart Investment imobiliário, um modelo em que a pessoa compra frações imobiliárias em empreendimentos como o Hard Rock Hotel em Fortaleza ou Ilha do Sol, onde passa a ser dono do imóvel por aquele período, podendo usufruir de todo o conforto e qualidade de um empreendimento de alto nível durante um período duas semanas ao ano, e investindo muito menos que o necessário para dar a entrada em um imóvel tradicional.
Em 2020, o Hard Rock Hotel em Fortaleza foi responsável por 25% das vendas totais de imóveis no Ceará, mostrando que a tendência de compartilhamento é forte até mesmo em um dos mais tradicionais mercados, o imobiliário.
“Tiro 30 dias de férias por ano e não fazia sentido comprar uma casa na praia pagando o ano todo para mantê-la”, diz o gerente de projetos Roberto Machado, de 43 anos. Machado conta que diversificou o investimento da casa de férias, escolhendo dois endereços, pagando apenas pelo tempo de uso. “Hoje tenho duas frações imobiliárias no Hard Rock Hotel em Fortaleza e uma fração na unidade Ilha do Sol, no Paraná. Duas residências em lugares diferentes e pelo preço que pagaria por uma casa simples na praia, sem custo de manutenção. Ainda posso alugar quando não posso viajar”, conclui.
O modelo de multipropriedade é uma inovação no mercado e se torna uma solução econômica a médio e longo prazo, sendo até mais interessante do que hospedar-se em hotéis convencionais ou formatos como Airbnb, outra modalidade já consagrada em economia compartilhada para hospedagem de férias.