*Por Claudio Fuzinaga
A pandemia impactou a gestão de diversas áreas das empresas, incluindo a tesouraria. Novas hards e soft skills passaram a ser exigidas dos profissionais da área, enquanto os líderes tiveram que desenvolver o poder de capacitação e motivação de suas equipes à distância, em um cenário de transformações constantes. A importância da humanização da gestão de pessoas nunca foi tão debatida.
Durante a pandemia, o perfil comportamental do profissional de tesouraria se tornou tão mais importante do que o técnico, uma vez que tivemos que aprender novas formas de se relacionar com pares, líderes e liderados. Então, o tesoureiro, que até então precisava ser um “profundo conhecedor técnico” e aquele que tinha sempre os dados financeiros da empresa à mão, passou a ser demandado e avaliado de forma mais aprofundada. Além disso, para qualquer profissional, as softskills são tão mais importantes que as hardskills e a autodisciplina foi fundamental para gerar resultados nesse novo ambiente híbrido de trabalho.
Não é simples desenvolver pessoas em um ambiente em rápida e constante transformação. No caso do profissional tesoureiro, o desafio é ainda maior, uma vez que ele lida com informações e situações muito sensíveis da empresa e é fundamental que o gestor trabalhe junto a ele a confiança e a transparência. No que diz respeito às habilidades individuais, cabe ao gestor entender a especialização de cada analista e liderar por influência e não por hierarquia. Depositar confiança e responsabilidade para que ele faça o seu melhor, implante projetos e se desenvolva profissionalmente.
Para reter talentos na tesouraria é preciso entender o perfil do profissional: se é Front (negociação com banco, relacionamento assíduo com as áreas e contato direto com cliente) ou Back Office (operação de todos os processos na retaguarda administrativa). Além disso, é importante trabalhar fortemente a cultura do feedback, apontando os caminhos de desenvolvimento.
Quando olhamos para a área como um todo, ela também sofreu transformações e a pandemia trouxe o que já era latente: a tesouraria como parte do negócio e reconhecimento dela como uma área estratégica. A tesouraria “entrou” nas áreas do negócio para desempenhar o papel de educador financeiro, entender o perfil de clientes e fornecedores e fazer o caminho inverso: direcionar as necessidades de cada perfil.
Por ser uma área de relacionamento e confiança, tivemos que manter a energia da equipe e buscamos formas criativas para esse fim, como encontros no escritório para almoços, happy hour presencial e virtual e encontros para descompressão online. Ao mesmo tempo, passamos a manter uma agenda de discussão sobre os resultados da empresa como um todo.
Considerando todas essas mudanças, para o pós-pandemia podemos esperar da área um papel mais crítico, a capacidade de influenciar na diminuição de despesas ou fazer rentabilizar o caixa da empresa, levar soluções criativas para atender clientes e fornecedores, maximizar a geração de caixa, além de captar novas formas de monetizar o negócio e ampliar a receita da companhia.
Claudio Fuzinaga é Gerente de Tesouraria da Edenred Brasil.