*Por Eduardo Cincinato
A indústria têxtil está no dia a dia das pessoas. Ela é responsável por fabricar roupas, sapatos, tapetes, cintos de segurança, travesseiros e até o forro do airbag. O Brasil é o maior player mundial não asiático do mercado têxtil. Por aqui, o setor fatura quase R$ 200 bilhões por ano, segundo a Abit, Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção
Temos a cadeia mais completa do Ocidente, desde a produção das fibras, como plantação de algodão, até os desfiles de moda, passando por fiações, tecelagens, beneficiadoras, confecções e varejo. Dados da IEMI, Inteligência de Mercado, do Relatório Setorial da Indústria Têxtil Brasileira de 2022 mostram a potência desse setor para o PIB nacional. São 22 mil unidades produtivas espalhadas pelo país. Um segmento que emprega 8 milhões de pessoas direta ou indiretamente. Além disso, exporta mais de US$4 bilhões por ano. Os principais compradores são Argentina, Paraguai, Estados Unidos, Colômbia e Uruguai.
Quem vê essa indústria tão pulsante nos dias de hoje, às vezes não se dá conta que a história do Brasil está diretamente ligada à produção de “tecidos”. Mesmo antes da chegada dos portugueses, os povos originários já produziam objetos e vestimentas com o entrelaçamento manual de fibras vegetais. Durante o período pré-colonial, o pau-brasil foi amplamente explorado pelos europeus justamente para ser usado como tingimento de roupas.
E a história é longa. Mas foram séculos de desenvolvimento para que o setor brasileiro ocupasse hoje a quarta posição na produção de malhas do mundo, atrás apenas da China, Índia e Paquistão. Dentro da gama de produtos fabricados pelo setor, os têxteis do lar vêm ganhando destaque. O comportamento do consumidor brasileiro mudou e o mercado desse segmento também.
Outro estudo da IEMI denominado Mercado Potencial de Cama, Mesa, Banho e Decorativos 2022 mostra um aumento de 2,3% na produção de peças em 2021, na comparação com o ano anterior. Foram 956 milhões de peças produzidas. Ao todo, são 1,2 mil unidades produtivas têxteis do lar com porte industrial no país, ou seja, mais de 5% de toda cadeia produtiva do setor.
Dentro da ABCasa Fair, feira de Home & Decor da América Latina, os fabricantes de roupas de cama, mesa e banho ocupam uma parte significativa do pavilhão. Um mercado que exporta US$ 51,5 milhões, segundo a IEMI, anualmente, mas que ainda tem muito a crescer e pode encontrar no próprio Brasil um impulso extra. Os valores de importação são 6 vezes maiores que os de exportação. Nos falta, agora, equilibrar esta balança para que a indústria têxtil nacional do lar aumente seu protagonismo na cadeia.
Eduardo Cincinato é presidente da Associação Brasileira de Artigos para Casa e Decoração