Por muitos anos considerado tabu, ainda hoje persistem dúvidas a respeito de HIV e Aids na sociedade. Uma delas é conceitual: há uma diferença entre conviver com o vírus HIV e viver com Aids. De acordo com o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), novas infecções pelo HIV vêm diminuindo no mundo, desde 2010. São menos 32% de infectados, passando de de 2,2 milhões para 1,5 milhão, em 2021.
As infecções por HIV entre crianças também reduziram 52%, de 320 mil em 2010 para 160 mil, em 2021. Esse resultado se deu pelo aumento do acesso de mulheres grávida com HIV (81%) a antirretrovirais para prevenir a transmissão vertical para suas crianças, em 2021.
Infectologista pelo São Cristóvão Saúde, Dra. Andreia Maruzo Perejão comenta o diferencial: “HIV é o vírus causador da Sìndrome da Imunodeficiência Adquirida, enquanto Aids é o nome da doença causada por esse vírus, em seu estado sintomático”. Esse vírus ataca o sistema imunológico, que é o responsável por defender o organismo de doenças, atingindo principalmente os linfócitos T CD4+. O vírus é capaz de alterar o DNA dessa célula e fazer cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção.
Sintomas e tratamento
De acordo com a médica especialista, as pessoas que convivem com o vírus HIV podem ou não ser sintomáticas. Isso, porém, dependerá do estado evolutivo de infecção da doença.
Embora até o momento não exista cura para a Aids, uma adesão estrita aos regimes antirretrovirais (ARVs) pode retardar significativamente o progresso da doença e, segundo Dra. Andreia, previnem infecções secundárias e complicações. O paciente deve tomar os medicamentos receitados nos horários corretos, manter uma boa alimentação, praticar atividade física, comparecer ao serviço de saúde para realizar o seu acompanhamento e viver tomando ainda mais cuidado com a sua saúde em geral. Por mais fácil que pareça, é complicado aderir a todos esses passos, principalmente o referente à medicação, que exige uma disciplina muito grande quando se trata de sua administração.
O apoio social é essencial para enfrentar o tratamento. O preconceito isola as pessoas, dificulta os cuidados médicos e faz com que muitos indivíduos evitem o exame, com medo de descobrir se têm ou não o HIV. Por isso, uma rede de apoio, constituída por familiares e/ou amigos, é essencial para garantir os direitos do paciente.