A amamentação exclusiva nos primeiros seis meses após o nascimento tem sido uma das principais mensagens da Semana Mundial de Amamentação em todo o mundo, com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde no Brasil. Entidades e profissionais de saúde estão engajados durante o mês de agosto na promoção deste ato, que é vital para uma vida de boa saúde e bem estar para mulheres e crianças.
De acordo com a WABA (Aliança Mundial para Ação de Amamentação), a amamentação pode prevenir a morte de 20 mil mulheres por ano, 823 mil bebês e evitar US$ 302 bilhões em perdas econômicas decorrentes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde recomendam manter o aleitamento materno até os dois anos de idade ou mais, oferecendo só leite do peito até o sexto mês de vida.
Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, a amamentação exclusiva alcança 45,8% dos bebês. A amamentação reduz o risco de desenvolvimento do câncer de útero e câncer de mama, além de ajudar na recuperação pós-parto. Para o bebê, o sistema imunológico é fortalecido e contribui para diminuir riscos de obesidade, diabetes, casos de diarreia, infecções respiratórias, hipertensão, colesterol alto, além de reduzir a mortalidade por causas evitáveis em crianças menores de cinco anos.
“A iniciativa tem como objetivo fortalecer o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida da criança e sua continuidade até os dois anos ou mais, além dar suporte a mulheres e redes de apoio quanto a amamentação segura e seus benefícios”, explica a Dra Carla Youssef, ginecologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo. A OMS estabeleceu uma meta de aumentar em 50% a taxa de aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida até 2025 em todo o mundo.
Segundo o Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI-2019), encomendado pelo Ministério da Saúde, metade das crianças brasileiras são amamentadas por mais de 1 ano e 4 meses. E, também, que no Brasil quase todas as crianças foram amamentadas alguma vez (96,2%), sendo que dois em cada três bebês são amamentados ainda na primeira hora de vida (62,4%). Para 2030, as metas da OMS são de 70% na primeira hora de vida, 70% nos primeiros seis meses, de forma exclusiva, 80% no primeiro ano e 60% aos dois anos de vida.
“Embora tenha havido avanços, ainda há espaço para melhorias e para aumentar a adesão à amamentação exclusiva por seis meses. Campanhas de conscientização e políticas públicas que incentivem e apoiem as mães nesse processo são necessárias, assim como a conscientização de toda a população, já que a amamentação tem um alto impacto na saúde da sociedade com efeitos por muito anos”, alerta a Dra Youssef.