Antes mesmo da chegada do verão, período em que as doenças provocadas pelo Aedes aegypti atingem seu ápice, o Mato Grosso do Sul já apresenta índices preocupantes. Segundo dados atualizados em 11 de novembro, já foram notificados 11.201 casos no estado e 13 mortes confirmadas. A incidência é de 399,6 para cada 100 mil habitantes, a quinta maior no país. A situação é considerada alta, o que se repete em 25 municípios. O maior número de casos confirmados foi registrado em Três Lagoas (1.788), seguido por Corumbá (1.576). Vale lembrar que, por causa da pandemia da Covid-19, todos os estados apresentam subnotificação para as arboviroses devido a uma baixa procura pelos hospitais.
Mesmo assim, o Centro-Oeste é a região que apresenta a maior taxa de incidência de dengue no país este ano. Com o início da temporada das chuvas, o perigo da multiplicação dos Aedes aegypti é enorme. Isso porque, após aproximadamente 15h da postura, os ovos dos mosquitos conseguem resistir a longos períodos de baixa umidade, podendo ficar até 450 dias no seco.
Campanhas de conscientização e aspersão de veneno são os caminhos básicos, mas sem resultados permanentes a curto prazo. Pesquisas com material genético e estudo do ambiente são algumas alternativas. A biotecnologia já tem respostas assertivas, comprovadas e sem agredir o ambiente ou expor a comunidade a riscos.
O Projeto Controle Natural de Vetores, desenvolvido pela Forrest Brasil Tecnologia, com o trabalho de cientistas brasileiros e israelenses, se mostrou eficiente. Em Ortigueira (PR), numa parceria com a empresa Klabin e o município, a ação já comprovou seus melhores resultados no Paraná. Implantado em novembro de 2020, em seis meses, a redução foi de 92% da população local de mosquitos. O número de pessoas doentes também caiu, de 120 para 4, quase 97%. Não foram registradas mortes.