Campo Grande será palco de um programa de prevenção contra o câncer

Campo Grande será palco de um programa de prevenção contra o câncer de colo de útero e mama

Programa Sempre Vida é uma parceria entre o Instituto Oncoguia, Hospital de Barretos e a Prefeitura local e conta com o financiamento da American Cancer Society

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Começa segunda-feira, dia 25 de julho, o Programa Sempre Vida, uma parceria do Instituto Oncoguia, o Hospital de Câncer de Barretos e a Prefeitura de Campo Grande (MS). Essa iniciativa visa a capacitar 560 agentes de saúde da cidade a disseminar conhecimento sobre promoção da saúde e prevenção câncer de colo de útero e de mama.

 O programa conta com o financiamento da entidade norte-americana American Cancer Society e tem por objetivo mudar o cenário atual dessas doenças, principalmente do câncer de colo de útero, que pode ser facilmente prevenido. Esse tipo de câncer registra no Brasil 16,3 mil novos casos por ano, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Também conhecido como câncer cervical, essa doença é causada prioritariamente pela infecção por um vírus chamado Papilomavírus Humano, ou HPV. Esse vírus é transmitido sexualmente. Trata-se de uma infecção silenciosa que só é descoberta por meio de um exame preventivo chamado Papanicolaou. Entre a infecção e o desenvolvimento do câncer leva-se anos, de forma que há ampla oportunidade de identificar a doença precocemente.

 Quando descoberto em estágio inicial, a doença é completamente curável. No entanto, isso não acontece em todos os casos. A baixa conscientização e adesão das mulheres aos exames preventivos e outras barreiras do sistema de saúde acarretam na morte de 5 mil mulheres por ano de câncer de colo de útero, segundo dados do Inca. “Essa é uma realidade que pode ser mudada por meio de educação e orientação personalizada e, para isso, precisamos muito dos agentes de saúde. As mulheres precisam compreender a real importância dos exames preventivos e se comprometer com sua própria saúde”, explica Luciana Holtz, presidente do Instituto Oncoguia. “Com o câncer de colo de útero, faz-se valer o ditado de que é melhor prevenir do que remediar.” 

 As rodadas de capacitação dos agentes de saúde em Campo Grande pretendem atualiza-los e prepara-los para ação e disseminação da informação sobre esse tipo de câncer e a importância de exames como o Papanicolaou e mamografia, fundamentais para a detecção precoce dos tumores de colo de útero e mama, respectivamente. A cidade foi escolhida como sede desse programa pois é a segunda com maior incidência da doença no País. “A escolha de Campo Grande para esse projeto foi muito importante justamente por não termos um indicador positivo de diagnóstico precoce de câncer de colo de útero. Eu espero que os agentes de saúde fiquem mais empoderados com o conhecimento transmitido nessa capacitação e que sensibilizem as mulheres na realização do seu exame preventivo. Tenho certeza de que todo esse conhecimento será um divisor de águas para a realidade da nossa população”, diz Indianara Alexandre, enfermeira e gerente técnica do Programa da Saúde da Mulher da Prefeitura de Campo Grande.

 Sobre câncer de colo de útero

Por ser uma doença oriunda de uma infecção sexualmente transmitida, os principais fatores de risco do câncer de colo de útero são o início precoce da atividade sexual, múltiplos parceiros sexuais, má higiene íntima e a presença de outras infecções transmitidas por via sexual (herpes genital, clamídia). Nas fases iniciais da doença, ela não apresenta sintomas. A progressão da enfermidade, no entanto, causa sangramentos vaginais anormais, corrimento vaginal escurecido com odor forte e dores abdominais.

A principal forma de prevenção desta doença é evitando a infecção pelo HPV, usando sempre preservativos nas relações sexuais. Mulheres até os 26 anos de idade também podem recorrer à vacinação contra o HPV. O acompanhamento periódico com um ginecologista é fundamental para realizar os exames preventivos. “Por meio desse programa, estamos dando um passo efetivo para mudar a realidade da doença em Campo Grande. Precisamos da colaboração de todos, pois o poder de prevenir essa doença está ao alcance principalmente das mulheres”, conclui Luciana.