Chef dá dicas para acertar na medida da ceia de Natal

Ceia de Natal, Foto divulgação.

A pandemia sugere que as comemorações este ano serão menores que de costume. Mas nem por isso, menos especiais e saborosas.

Com a pandemia, o ideal é que as festas de fim de ano sejam mais intimistas do que de costume, reunindo apenas as pessoas mais próximas. Com isso, os cozinheiros de plantão podem enfrentar um desafio: como cozinhar para poucas pessoas, sem que sobre comida para uma semana? Para o chef Maurício Lopes, docente do curso de Gastronomia da Anhembi Morumbi, integrante da rede internacional de universidades Laureate, é preciso apenas fazer algumas trocas no menu tradicional. “Pernil de cordeiro pode ser uma alternativa ao de porco, que é muito grande ou, se não abrir mão do suíno, prefira o tender. Ao invés do peru inteiro, opte apenas pelo peito. Se preferir troque-o pelo Chester ou, por que não, um frango bem temperado e assado com uma farofa suculenta?

Em muitas Ceias de Natal pelo Brasil, principalmente no Norte e no Rio de Janeiro, onde há uma colônia portuguesa marcante, explica o chef, o bacalhau é uma das estrelas da noite, assado e guarnecido de legumes ou até no recheio de tortas. O chef indica trocá-lo por outros peixes, como a tainha ou anchova. Outra boa opção também é investir em frutos do mar, em especial o camarão, que pode aparecer em tortas, saladas ou na farofa. “Ele dará uma cara mais arrumada, um ar sofisticado para a ceia”, acrescenta.

Foto divulgação

Um item indispensável para o chef é a farofa. “Essa guarnição é a cara do Natal e tem itens que não podemos deixar de fora, pois esperamos o ano inteiro para comer comida de Natal”, enfatiza. “Ela pode ser simples, temperada apenas com cebola ou mais elaborada, de camarão, de legumes, de banana, de miúdos ou de bacon”, completa.

O trivial arroz pode ganhar uma versão nova, com temperos e até misturado a legumes, mas é possível inovar e usar diferentes tipos de arrozes. Outro alimento que tem aparecido nas ceias, segundo o chef, é o cuscuz marroquino, que vai bem com frutas e ervas.

Outra dica é aproveitar os alimentos para enfeitar a mesa e alimentar os convidados. “Escolha frutas, verduras e legumes com as cores do Natal, como verde escuro e vermelho. Pense neles não só como enfeite da mesa, mas como parte da refeição, como uma bela salada de legumes, acompanhamentos das proteínas e, no caso das frutas, além de incluí-las em pratos tradicionais, como carne de porco com abacaxi, prefira aquelas que possam ser incluídas em uma sobremesa ao final a refeição”, explica.

Por falar em sobremesa, entre as dicas do especialista estão um sorvete de creme servido com as frutas frescas da mesa (ameixa, abacaxi, pêssego, cereja) e caldas; algum doce cremoso servido em taças individuais ou uma torta. Todas essas opções podem ser feitas em pequena quantidade para não haver sobra.

“No caso da torta, inclusive, é possível congelar em caso de sobra e ter uma sobremesa para quando der saudades do Natal”.

Acerte em cheio

Pensando em um Natal para 10 a 15 pessoas, o ideal é que sejam servidas duas opções de cada prato, ou seja, duas proteínas, duas guarnições e duas sobremesas. Essa é a maneira mais segura de agradar a todos os paladares. “Não se esqueça de opções vegetarianas ou veganas, de acordo com as restrições alimentares de seus convidados. Hoje em dia é crucial ter pelo menos uma opção no menu, que pode ser uma torta de legumes ou uma massa recheada com queijo”, completa.

A quantidade de bebidas também requer atenção. O cálculo básico é de meio litro de bebida por pessoa por hora de festa. Isso inclui as bebidas alcoólicas e não alcoólicas. Então, conte a quantidade de adultos e crianças para saber quanto comprar de cada bebida. “É Natal e não podem faltar vinho e champanhe. Mas este ano, mais que nos anteriores, será uma festa intimista e vale ter sempre aquilo que os convidados mais gostam de tomar”, conclui.