Como lidar com o transtorno da ansiedade na adolescência

“E se não der certo?”, “e se eu reprovar?”, “a culpa é toda minha”, “o que vai acontecer?”… pensamentos disfuncionais como estes prejudicam a saúde mental na adolescência, período recheado de mudanças e incertezas. Abalos na autoestima, crises de identidade e medos são responsáveis por levar os jovens a quadros de ansiedade e depressão.

Também chamados de “pensamentos automáticos”, eles costumam aparecer sem esforço ao longo da rotina. Por isso, a psicóloga especialista em diagnóstico infantil, Juliana Russano, reforça a importância de combatê-los constantemente. “Sempre que algo te deixar para baixo ou com raiva, o melhor exercício é avaliar a própria interpretação da situação e pensar em outras formas de agir ou sentir sobre aquilo”, complementa.

A psicóloga especialista em diagnóstico infantil, Juliana Russano.

Autora dos livros Como assim? e Nem pense nisso! HQs idealizadas para desenvolver inteligência emocional nos jovens, a psicoterapeuta afirma que cuidar do bem-estar mental desde cedo pode garantir uma adolescência menos conturbada e uma vida adulta com mais autoconfiança.

Conheça três exercícios indicados pela especialista para auxiliar os jovens a driblarem os devaneios e reduzirem transtornos mentais como a ansiedade.

  • Identifique os pensamentos distorcidos: faça uma lista de quais pensamentos mais causam sentimentos desagradáveis em você, como “não sou um bom filho”, “vou reprovar”, “e se acontecer algo de ruim?”. Dê uma nota a cada um deles e reorganize-os em uma espécie de ranking, começando pelo mais destrutivo. Reserve um grande espaço no caderno para cada tópico e escreva em qual situação você sentiu ou sente isso. Não tenha medo de relatar qual atitude tomou naquele momento.
Com os pensamentos distorcidos, faça uma lista de quais pensamentos mais causam sentimentos desagradáveis em você. Foto: Pixabay
  • Imagine outras maneiras de encarar situações difíceis: busque formas mais positivas de encarar a situação que o aflige. Por exemplo, ao invés de pensar que vai tirar zero numa prova, afirme que, apesar de o conteúdo ser difícil, se dedicará mais nos estudos para fazer uma boa avaliação. Pensamentos assim ajudarão na autoconfiança e na diminuição da ansiedade.

  • Treine os pensamentos mais positivos: tenha o costume de tirar um tempo do seu dia (ou da semana) para avaliar o que se passa pela sua mente. Escreva quais pensamentos acha que são prejudiciais e, com base neles, os que podem ser mais proveitosos e positivos.