Como prevenir tromboses e enjoos em longas viagens

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Especialistas do Hospital Alemão Oswaldo Cruz explicam como se preparar para viajar e quais sinais você deve ficar atento para buscar auxílio médico imediato

Com a chegada do verão, viajar é a melhor opção para fugir do trabalho, do dia a dia e para relaxar e aproveitar os dias ensolarados. Mas, para algumas pessoas, o processo da viagem (pegar avião, fazer um longo trajeto de carro ou ônibus e até mesmo passeios de barco) pode se tornar uma tortura por causa do risco de trombose ou do desconforto do enjoo. O time de médicos especialistas do Hospital Alemão Oswaldo Cruz explica como se preparar para esse momento.

Trombose: cuidados em viagens longas

De acordo com a Dra. Mariana Krutman, cirurgiã vascular do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, viagens com mais de seis horas de duração, aumentam os riscos de trombose, que é a formação de um coágulo sanguíneo em uma ou mais veias grandes das pernas e das coxas, que bloqueiam o fluxo de sangue e causam inchaço e dores na região.

As tromboses têm causa multifatorial, mas algumas pessoas têm maior propensão para o seu desenvolvimento. Entre elas, estão pessoas com mais de 65 anos, com obesidade, os tabagistas, com doenças oncológicas, em pós-operatório de cirurgias, gestantes, portadores de trombofilias (tendência a trombose) e com histórico de trombose anterior.

Para tornar as longas viagens mais confortáveis, a cirurgiã sugere algumas dicas. “Usar meias de compressão, manter uma boa hidratação e movimentar-se a cada duas ou três horas (levantar-se, caminhar) são importantes formas de prevenção contra problemas circulatórios e trombose”, aconselha.

Segundo a especialista, quem já faz uso anticoagulantes prescritos por médicos está mais protegido em relação à ocorrência de novos eventos de trombose, mas isso não impede de seguir as orientações citadas cima.

A cirurgiã explica que se deve suspeitar de trombose em casos de dor ou inchaço nas pernas, especialmente quando for assimétrico (somente em um dos membros), ou quando houver alteração da coloração de pele das pernas e pés. E, nesse caso, deve-se procurar um médico imediatamente. “Um exame de ultrassom Doppler venoso auxilia na confirmação do diagnóstico. E o tratamento clássico envolve o uso de anticoagulantes por um período prolongado. Em algumas situações, muito específicas, pode haver indicação de aspiração do coágulo (trombectomia)”, esclarece.

 

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Enjoo: como evitar

Para muitas pessoas viagens de carro, avião ou barco provocam enjoos. De acordo com o Dr. Marcio Salmito, otorrinolaringologista e Coordenado do Núcleo de Tontura da Unidade Campo Belo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, o enjoo em viagens é tão frequente na população que as pessoas não acreditam que possa ser um problema. “Enjoar em viagens não é normal. O enjoo é sintoma de uma enfermidade chamada Cinetose, também conhecida como doença do movimento”, afirma.

O especialista explica que a Cinetose é causada por um conflito sensorial que acontece quando a pessoa está em um carro, avião ou barco e o labirinto (região da orelha interna ligada à audição, noção de equilíbrio e percepção de posição do corpo) sente que a pessoa está se movimentando, mas os olhos estão vendo tudo parado, especialmente quando a atenção está voltada para algo parado dentro do veículo. Esse conflito de sensação gera o enjoo ou a náusea.

Entre os sintomas da Cinetose estão a palidez, o suor frio, sensação de queda de pressão arterial e a náusea. De acordo com o especialista, esses sintomas são normais quando todos que estão naquela mesma viagem passam mal, mas quando somente uma pessoa sente o desconforto, isso pode significar um problema. “Existe a Cinetose, que chamamos de primária, que acontece muito em crianças quando estão no banco de traz do carro e são mais sensíveis a esse conflito sensorial do qual falei. Mas tem também a secundária, que é quando a Cinetose é um sintoma de algum outro problema, como enxaqueca ou outras doenças do labirinto”, exemplifica.

Para saber qual a causa desse mal-estar deve-se procurar um médico otorrinolaringologista. Quando a causa é secundária, basta tratar a doença que originou a Cinetose, que os sintomas diminuem intensamente ou até desaparecem. Quando a causa é primária, o médico especialista vai investigar o motivo e iniciar o tratamento. “Um ótimo tratamento para a cinetose é a reabilitação vestibular, que é a repetição de movimentos que “ensinam” o labirinto a sentir pequenas tonturas no dia a dia e deixam o organismo mais resistente às náuseas”, explica.

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Dicas para minimizar os efeitos do enjoo em viagens:

  • Não se sentar no banco de trás do carro, porque é onde a pessoa tem menos oportunidade de acompanhar o trajeto, o que causa o conflito sensorial e, consequentemente, o enjoo. Deve-se sentar-se no banco da frente, onde pode acompanhar os movimentos feitos pelo carro.
  • Não mexer no celular ou ler um livro, procurar acompanhar os movimentos com os olhos.
  • Não viajar com estômago cheio. Comer coisas leves antes da viagem.
  • Quando já tem um acompanhamento médico, a pessoa deve usar o remédio que foi prescrito pelo seu médico antes da viagem para prevenir o enjoo.
  • Se o enjoo persistir, procurar um otorrinolaringologista para descobrir a causa e fazer o tratamento adequado.