Nosso intestino é um imenso filtro capaz de favorecer ou impedir a entrada de determinados nutrientes e substâncias que podem ou não prejudicar nossa saúde. Por isso, é muito importante manter a flora bacteriana do intestino (composta por bactérias genéticas) saudável.
Quando a parede do intestino está em bom estado, os nutrientes que ingerimos são absorvidos e as toxinas presentes nas fezes não conseguem penetrar na corrente sanguínea. Mas quando a flora intestinal está desequilibrada, pode gerar ou favorecer o aparecimento de doenças.
A nutricionista Cátia Medeiros, da Atual Nutrição, informa que o acúmulo de agressores ao intestino pode provocar grande alteração. Podem ser pelo uso indiscriminado de analgésicos e anti-inflamatórios, laxantes, consumo excessivo de alimentos processados e disfunções nos fígados e pâncreas.
Quando ocorre o aumento da permeabilidade e quebra no equilíbrio das bactérias intestinais surge a Disbiose. “É um estado ameaçador que favorece o aparecimento de inúmeras doenças. Inibe a formação de vitaminas produzidas no intestino e permite o crescimento desordenado de fungos e bactérias capazes de afetar o funcionamento do organismo”, explica a nutricionista. Entre os sintomas da Disbiose estão prisão de ventre crônica, gases, cólicas ou diarréias frequentes.
Já a Síndrome do Intestino Irritável é caracterizada por uma série de alterações gastrointestinais crônicas que não são, obrigatoriamente, associadas a nenhuma alteração bioquímica. Cátia Medeiros explica que “trata-se de um distúrbio na motilidade intestinal. A causa não é bem conhecida, e por isso não se sabe como o indivíduo passa a apresentar alguns sintomas”.
A Síndrome do Intestino Irritável pode causar desconforto abdominal, cólicas, diarreia, prisão de ventre e aumento dos movimentos intestinais. Quem apresenta a doença não tolera certos alimentos, “por isso o hábito de fazer um diário alimentar ligando os sintomas com os alimentos ingeridos pode ser um costume bem útil\”, continua Cátia.
O tratamento dessas moléstias é realizado inicialmente com o ajuste da alimentação no quesito consumo de fibras e água, seguido da administração de probióticos, bacilos intestinais benéficos. A nutricionista da Atual Nutrição afirma que podem ser utilizados antioxidantes com grande ação na parede intestinal e parabióticos – alimentos utilizados exclusivamente pelas bactérias benéficas para que possam restabelecer o equilíbrio do intestino.
Uma dieta rica em fibras costuma ser útil para aqueles que sofrem com a prisão de ventre. “O fato de melhorar o funcionamento intestinal pode diminuir a formação de gases que também desencadeiam dores. Em alguns casos, o uso de medicamentos específicos também pode ser benéfico, mas sempre orientado por um especialista”, conclui.