Conheça doenças que podem ser identificadas por dentistas

00. O dado revela a , comemorado em 20 de março, uma data que busca conscientizar sobre a necessidade da visita ao profissional pelo menos duas vezes ao ano. Além dos cuidados com a saúde bucal, há doenças comuns que podem ser identificadas por cirurgiões-dentistas, como diabetes, câncer, cirrose hepática, sarampo, tuberculose, entre outras patologias orais.

“Essas doenças impactam em diversas áreas do corpo, provocando também alterações no metabolismo. O profissional da odontologia é capaz de identificar manifestações na boca que podem ocorrer antes mesmo de sintomas mais graves. Por isso, reforçamos a importância das visitas periódicas no seu dentista”, afirma o coordenador do curso de Odontologia da Uniderp, Luiz Fernando Moreira Maziero. Confira seis doenças que apresentam sintomas bucais:

Diabetes: o Brasil é o 5º país com a maior incidência da doença na população. São 16,8 milhões de pessoas, entre 20 e 79 anos, que convivem com a doença. Segundo o Atlas da Diabetes, da Federação Internacional de Diabetes, estima-se que até 2030 o número chegue a 21,5 milhões. O dentista pode auxiliar na identificação da doença pela presença de halitose com odor cetônico característico dos pacientes com essa doença.

“Um paciente diabético, além do mau hálito, apresenta inflamação gengival exacerbada, com sangramentos comuns ao simples toque na gengiva. Ainda apresenta rapidez em perda óssea, o que acarreta em perda do dente em pouco tempo, isso com a doença descompensada sem acompanhamento médico-odontológico adequado, e um quadro de hiperglicemia sem uso correto dos medicamentos”, explica a professora do curso de Odontologia da Uniderp, Fernanda Santiago. “Pacientes que fazem consumo contínuo de carboidratos e não realizam higiene adequada podem ter maiores chances de cárie dentária. Exames periódicos podem evitar maiores problemas e garantir maior qualidade da saúde para esses pacientes”, complementa a especialista.

Câncer:

Apresentam lesões na cavidade oral, além de lábios que não cicatrizam por mais de 15 dias e o fato da lesão não “desaparecer” nesse período já serve de alerta para o paciente. Manchas vermelhas ou esbranquiçadas em língua, gengivas, céu da boca e bochecha, bem como presença de nódulos (caroços) na cavidade oral e pescoço são sinais comuns do carcinoma. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de boca está entre os dez tipos mais comuns no Brasil. Existem fatores que agravam a doença são o tabagismo, alcoolismo, radiação solar e HPV. O tumor é mais comumente encontrado em homens acima de 40 anos.

Cirrose hepática:

A doença pode aparecer na forma de lesões, erosões ou bolhas na boca. O céu da boca e embaixo da língua ficam pálidos. Mau hálito, ou odor hepático, também podem ser sintomas identificados pelos dentistas. Outro fator de risco é a periodontite, ou a perda dos dentes.

Infecções sexualmente transmissíveis como HPV:

A principal característica são nódulos esbranquiçados com aspecto de “couve-flor” que são os papilomas na cavidade oral. É clinicamente bem descrito esse sinal para diagnóstico da doença HPV.

Sarampo:

Caracterizada por pequenas manchas avermelhadas principalmente no céu da boca, bochechas e lábios, que são comumente chamadas de manchas de Koplik.

Tuberculose:

Na maioria dos casos apresenta ulcerações cônicas na mucosa da língua, e pode causar fístulas submandibular secundária com envolvimento dos linfonodos.

A especialista alerta ainda para doenças que são detectadas durante a gravidez. “Existem anomalias importantíssimas, como por exemplo o granuloma gravídico, que surgem em grávidas por alteração hormonal. O pré-natal odontológico é essencial para qualidade de vida da gestante e do seu bebê, e a falta de higienização pode acarretar inflamação gengival, podendo assim ocasionar um quadro de parto prematuro. Por isso o cuidado com saúde oral não pode ser deixado de lado”, destaca Fernanda.

Para o coordenador do curso de Odontologia da Uniderp, a visita periódica ao dentista é muito importante para a identificação precoce destas e outras doenças que podem passar despercebidas pelo paciente. “O diagnóstico precoce aumenta as chances de cura e o sucesso do tratamento”, conclui.