Também conhecido como placenta abrupta, O deslocamento prematuro de placenta (DPP), é uma complicação incomum e grave na gravidez. É qualquer perda da superfície de contato entre a placenta e a parede uterina antes da hora do parto. Ela pode ser abrupta de grandes proporções levando inclusive risco de vida materno e risco de vida fetal.
Em condições normais, a placenta só deve se desprender do útero depois que o bebê já tenha nascido. Enquanto o bebê estiver dentro do útero, ele precisa da placenta para “respirar” e se “alimentar”. O que leva a gestação nesses casos em urgência obstétrica, é quando se tem um descolamento de uma superfície em quantidade um pouco maior ocasionando alguns sintomas importantes que requerem emergência a realizar o parto o mais rápido possível:
• Sangramento vaginal -80% das gestantes com DPPapresentam esse sintoma. Porém, há também os casos de descolamento no qual o sangue fica retido entre a placenta e o útero, não havendo exteriorização do mesmo pela vagina. Esses casos são mais perigosos, uma vez que o sangramento pode ser abundante e a gestante acaba por não tomar conhecimento dele.
• Dor abdominal intensa -70% dos casos
• Contrações uterinas de forte intensidade e grande frequência -35%.
As principais causas do descolamento prematuro de placenta são as síndromes hipertensivas, e aquilo que aumenta muito a tensão na região uterina como gravidez gemelar, bebês muito grandes, pré-eclâmpsia ou eclampsia, uso de drogas, tabagismo, deslocamento prematuro em gravidez anterior, rompimento precoce da bolsa d’água, idade acima de 40 anos, distúrbios da coagulação sanguínea, amniocentese e aumento da quantidade de líquido é a principal preocupação em suas repercussões porque o sangue ao invés de passar para placenta, escorre entre essa superfície impedindo a nutrição do bebê.
“Além disso, como o fluxo é muito intenso a gestante começa a consumir seus fatores de coagulação podendo levar a uma das formas mais graves do descolamento prematuro de placenta, que é uma patologia chamada coagulação intravascular disseminada (CID) que por essa perda abrupta muito intensa de sangue você acaba gerando alterações no processo de coagulação do paciente. Então o diagnóstico feito é bebê fora do útero”.Explica o obstetra Dr Kleber Cassius Rodrigues.
Esse fluxo aumentado além de sair pela região vaginal, ele pode entrar na musculatura uterina dando uma alteração chamada “útero de Couvelaire” que é o útero que não contrai. “Então uma das consequências dependendo do tempo que demorar para tirar esse bebê para ter uma abordagem cirúrgica, pode ser a histerectomia. Além disso, a paciente pode entrar em choque pela perda de sangue e evoluir até o óbito. ” Conclui Dr Kleber.