Números oficiais analisados pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) mostram que a situação afetou sobretudo a população que tem mais de 60 anos. O total de internações em decorrência da doença também caiu 26%, segundo informações do Sistema Único de Saúde (SUS).
Dados apurados pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) apontam uma realidade preocupante para os esforços de prevenção e combate ao câncer de pele no País. Durante o ano de 2020, momento mais crítico da pandemia de covid-19, foram realizados 17.227 diagnósticos a menos dessa doença do que em 2019. Isso significa que o número absoluto de casos foi 24,7% menor do que no período anterior ao avanço do coronavírus.
Em 2021, nos seis primeiros meses do ano (de janeiro a junho), percebe-se um movimento de retomada gradual do volume de atendimentos, contudo os números ainda são inferiores aos registrados na etapa pré-pandemia. Em linhas gerais, isso significa que milhares de casos de câncer de pele potencialmente devem iniciar seus tratamentos com atraso ou ainda nem foram descobertos pelos médicos, o que tem impacto direto nas chances de recuperação e cura dos pacientes.
A divulgação desses números coincide com o início da campanha do Dezembro Laranja, organizada pelo SBD, que tem como objetivo conscientizar a população sobre os riscos do câncer de pele. Além de estimular a incorporação dos hábitos de fotoproteção ao cotidiano das pessoas, a iniciativa também orienta a busca de orientação dos médicos dermatologistas em caso do surgimento de sinais e sintomas que merecem ser investigados.
Contaminação
Na avaliação dos especialistas da SBD, a retração do número de diagnósticos em 2020 tem relação com a covid-19. Por conta do receio de contaminação pelo coronavírus, suspeitando que ele estaria mais presente nos ambientes ambulatoriais ou hospitalares, milhares de pessoas postergaram seus exames e consultas. Além disso, inúmeros serviços de saúde reorientaram suas agendas, restringindo o acesso de pacientes ou mesmo limitando seus atendimentos aos casos de covid-19.
De acordo com os números analisados pela SBD, com a consultoria da 360° CI, em 2020 foram realizados 52.527 diagnósticos para melanoma maligno da pele e outras neoplasias malignas da pele. Este número é 24,7% menor do que os 69.754 notificados em 2019. Os piores índices foram observados em abril e maio do ano passado (meses imediatamente após a decretação de calamidade pública no País) com uma queda de 51,7% e 57%, respectivamente, em termos de detecção.
Contudo, deve-se ressaltar que do ponto de vista proporcional a maioria dos seguimentos apresentou comportamento semelhante, com destaques para os grupos de 0 a 19 anos (-30%); 30 a 34 anos (-28,8%); e 75 a 79 anos (-27,6%). Separados por sexo, o número de diagnósticos sofreu queda de 26% entre as mulheres e de 23% entre os homens.
Os estados com maior redução no número de notificação de diagnóstico do câncer de pele foram: São Paulo (-4115), Paraná (-2838) e Rio Grande do Sul (-2395). Em termos percentuais, se destacam o Piauí, com queda de 46%, Mato Grosso (-43%) e Mato Grosso do Sul (-42%). Por outro lado, houve aumento de diagnósticos em oito estados, com números significativos em Amazonas, Rondônia e Sergipe.
No entanto, a SBD ressalta que os números podem não expressar a realidade epidemiológica no País, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. Isso ocorre devido aos problemas de atualização das bases de dados existentes, o que sugere um quadro de subnotificação.
Em 2021, os números (dados/índices) ainda não superaram os anteriores à pandemia, levando-se em conta sobretudo os registros dos meses de abril, maio e julho. No confronto com o que foi realizado em 2019, os números ainda estão 24% menores em termos globais.
Em relação às internações hospitalares para tratamento do câncer de pele (melanoma) e outras neoplasias malignas, observou-se uma queda de 26% na comparação entre 2020 e 2019. As 57.247 internações registradas em 2019, caíram para 42,3 mil no ano passado. Em 2021, os índices ainda não superaram o resultado anterior à pandemia. No confronto com o ano passado, os números estão próximos, porém ainda ficam 27% menores do que os de antes da chegada da covid-19 ao Brasil.
Nesse cenário, os piores desempenhos proporcionais foram observados no Piauí (-70,8%), Paraíba (-47,6%) e Pernambuco (-37,3%). Em termos absolutos, as maiores quedas aconteceram em São Paulo (-4532), Paraná (-1668), Rio Grande do Sul (-1373) e Minas Gerais (-1073). Na contramão, Sergipe e Tocantins são os únicos estados que elevaram os números de internações no período analisado, com um aumento de 61,3% e 21%, respectivamente.
Com respeito aos indicadores de mortalidade, percebe-se que não houve alteração significativa nos períodos avaliados. Apesar das quedas significativas nos totais de diagnósticos de novos casos de câncer de pele e mesmo de internações para seu tratamento, o número de mortes atribuído a essa doença apresentou apenas uma oscilação de 2% para menos, na comparação de 2020 (4.481 registros) e 2019 (4.594). Ao longo de 12 anos (desde 2008), calcula-se que 46.534 faleceram por conta desse problema de saúde.
A revelação feita pela SBD vem embalada pela campanha nacional de prevenção ao câncer de pele, organizada desde 2015 pela entidade. Em 2021, com o slogan “Adicione mais fator de proteção ao seu verão”, os dermatologistas chamam a atenção dos brasileiros sobre a necessidade de conjugar a prevenção à covid-19 com os cuidados na prevenção, diagnóstico e tratamento precoces deste tipo de neoplasia.
… Bom dia! “Você faz o dia mais cinzento explodir de alegria”.
… Abraço aos aniversariantes de hoje: Elizabeth Pinheiro Mariano, Roberto Rech, Maria Helena Pettengill, Naira Ortiz, Vera Echeverria Jaques Carvalho, Heider Nardy, Angela Damico, Sérgio Carvalho, Helio Espindola, Altair Correa De Souza, Severino Murano, Paula Soares, Tiago Bana Franco, Santa Sophia Forbici e Carla Rodrigues. Happy birthday!
… Os indicados deste ano foram Bielo, Camilla de Lucas, Cris Rozeira, Gil do Vigor, Juliette, Nath Finanças, Paola Antonini e Pequena Lô. E a grande vencedora foi Juliette, que recebeu o prêmio virtualmente. O prêmio é um reconhecimento de seu trabalho nas redes sociais, que inspira milhões de seguidores. Agora, Juliette se junta a Manu Gavassi, vencedora do prêmio em 2020, na galeria de brasileiros premiados com a estatueta do Veja o trailer.