*Por Pedro Signorelli
Ser gestor não é tarefa fácil, afinal, não importa o tamanho da empresa, cedo ou tarde as dificuldades vão aparecer. É responsabilidade da gestão resolver os problemas, ou evitá-los, na tentativa de garantir o sucesso do negócio e que os mesmos erros não sejam cometidos novamente. No livro “Extreme Ownership”, os autores e pesquisadores afirmam que não existe time ruim, existe liderança ruim. Duro, não é mesmo?
Desta forma, a pessoa que está no cargo deve realmente compreender a situação atual do time, da organização em que atua, para que possa buscar soluções eficazes para o dia a dia. Pois para que a engrenagem gire e as coisas funcionem, é preciso entender o cenário como um todo, para depois olhar os detalhes com calma.
Para conseguir esse feito, o gestor deve estar atento ao que acontece, para discernir o que faz mais sentido em cada situação específica. Porém, sabemos que é humanamente impossível acompanhar tudo de perto, por isso é importante delegar as tarefas e confiar nas informações que são repassadas pelos colaboradores.
No entanto, essa confiança só é viável quando o gestor está disposto a criar um ambiente seguro para que ideias diferentes sejam compartilhadas. Essa liderança precisa demonstrar boa receptividade, para que assim o time construa uma estratégia em conjunto, sabendo a relevância de suas respectivas funções.
Além disso, é fundamental entender o peso das decisões que são tomadas. Agir sem pensar nunca deve ser uma opção disponível, pois essa ação envolve riscos e consequências que, dependendo do cenário, podem prejudicar a equipe e a organização, causando danos difíceis de serem reparados, e ninguém quer viver essa realidade.
É claro que fazer tudo isso com maestria demanda esforço, paciência, sabedoria e tempo. Um bom gestor não se faz do dia para a noite, quem dirá uma gestão de excelência. Esse processo pode ser longo e trabalhoso, mas sempre vale a pena, já que no final o objetivo é entregar os melhores resultados para a empresa.
Neste sentido, uma gestão que adota os OKRs – Objectives and Key Results (Objetivos e Resultados Chaves), já sai na frente das demais, pois começa de uma discussão onde todos podem e devem contribuir. A partir da priorização conjunta e construção do plano de execução com resultados a serem atingidos bem claros e alinhados, o time terá clareza e foco para estabelecer metas e colocar em prática as estratégias com mais engajamento.
Aliado a esse fator, a ferramenta possui ciclos mais curtos, de geralmente três meses, o que permite ajustes frequentes. Isso faz com que o gestor, juntamente com os colaboradores, entendam onde está o erro ou o que não está funcionando, podendo recalcular rota mais facilmente, em busca de conseguir os melhores resultados.
Outra coisa que os OKRs nos ajudam bastante é ser mais orientados a dados e, com isso, facilitar a conversa do time. Com os resultados desejados estando claros, o que fazer não depende tanto da opinião de um ou de outro, mas dos dados disponíveis e obtidos a partir da execução. Com estes elementos, é possível construir um ambiente mais adequado para excelência nas entregas.
Pedro Signorelli é um dos maiores especialistas do Brasil em gestão, com ênfase em OKRs.