Missouri, Estados Unidos, 1890. O controverso Antikamnia nasce como um poderoso analgésico para dores do corpo. Um excêntrico calendário, feito pelo médico e artista Louis Crusius e ilustrado com esqueletos, ajuda a divulgar o medicamento.
As dores são outras. E, agora, insumos frescos e combinações inesperadas são a prescrição. Foi no universo de uma controversa companhia farmacêutica norte-americana de mais de um século atrás que o premiadíssimo Guilhotina Bar mergulhou para apresentar sua nova carta de drinques, que será lançada no próximo dia 31 e promete fazer barulho. Com comunicação inovadora, ela traz doze coquetéis autorais inéditos um para cada mês do ano, seguindo a lógica do Dr. Louis que carregam a assinatura de Spencer Amereno Jr., repetidamente eleito melhor bartender da cidade, e Marlon Silva, chefe de bar do Guilhotina.
Para as tardes acaloradas de janeiro, recomenda-se o cítrico e refrescante Codeine (R$ 43) com Havana Club 3, Cambuci salgado e limão galego. O drinque que leva o nome da carta, o Antikamnia (R$ 47) é feito com o gin Jardim Botânico, Hidromel, limão tahiti, drambuie flambado com garnish de grade de mel, e representa o mês de maio. Quando a temperatura cair, a sugestão de junho é o Skulls (R$ 43) que além de tequila blanco, tucupi, consôme de legumes, german lager, recebe a panc peixinho frita e empanada.
O H3C (R$ 54,00) com Gentlemen Jack, rum Parnaioca, mel de romã, limão-siciliano e angostura Cocoa Bitters é a indicação de agosto para aqueles momentos agridoces da vida.
No Medicine (R$ 43,00), Tequila Blanco com gordura de coco e vem combinada Tokaji dry, Campari e guarnição de sponge cake, um bolo aerado de carvão ativado, resultando em um coquetel seco, amargo e encorpado.
Novembro é a vez do Analgesic, com vodka com kinkan, hortelã bicolor, hortelã, melão, limão siciliano e kinkan. Há ainda pedidas indicadas para discussões acaloradas, para banhos gelados no inverno e para casos de uma noite só.
Nesse receituário alcoólico de Amereno estão ainda catalogados outros onze clássicos da carta já consagrada do Guilhotina, como o Verjus (R$ 43,00), onde entram gin com citrus, Verjus, limão-siciliano e puxuri, e o Velho Nogueira (R$ 50,00), vermute tinto com nogueira, vermute seco, Ramazzotti Rosato e flor de mel.
Aos comes: na lista do chef Cassiano Oliveira estão o pulled pork levemente picante servido na miniciabatta com picles de cebola roxa (R$ 32,00) e o taki, um sanduíche de polvo com vinagrete de cebola-roxa e coentro, finalizado com molho de limão-siciliano (R$ 45,00), entre outras pedidas igualmente tentadoras. Fotos: Rodolfo Regini