O jejum intermitente é, atualmente, umas das tendências mais populares entre pessoas que buscam jejum intermitente No entanto, com a sua popularidade, chega também uma série de polêmicas sobre os possíveis malefícios desse tipo de dieta, principalmente quando aliada a más práticas e a ausência de acompanhamento de um profissional responsável.
Irani Gomes dos Santos Souza, coordenadora do curso de graduação em nutrição da Faculdade Santa Marcelina, explica que um dos problemas que podem ser provocados pelo jejum intermitente são efeitos causados no corpo pela restrição alimentar. “Por isso, para ser segura, a prática precisa ser monitorada por uma equipe capacitada composta, no mínimo, por um nutricionista e um médico” explica.
Veja abaixo cinco informações essenciais que você precisa saber antes de decidir se quer adotar esse tipo de prática:
O que é isso?
O jejum intermitente é um padrão alimentar em que o indivíduo, de forma voluntária, se submete a períodos de privação alimentar, com redução e exclusão total de energia, intercalados com períodos de ingestão normal de alimentos e líquidos. A prática pode ser feita em dias alterados, por um dia inteiro ou ainda por tempo limitado.
“A técnica é utilizada com o intuito de perda de peso, mudanças na composição corporal e do metabolismo energético, melhora na microbiota intestinal, valores glicêmicos, além de melhora dos marcadores de risco cardiometabólico – além do retardo no envelhecimento” comenta a professora.
É eficiente para perda de peso?
O jejum intermitente pode ocasionar perda de peso, no entanto, não há redução apenas do tecido adiposo, mas também de massa magra. Por isso, é importante que haja uma indicação correta da prática, sendo de fundamental importância seu monitoramento profissional. “Os longos períodos de jejum podem desencadear comportamentos de compulsão alimentar em dias que a alimentação está livre. Ou seja, o paciente, ao reiniciar a alimentação, poderá fazer escolhas erradas e de alto aporte calórico – o que não caracteriza uma educação alimentar”, explica Irani.
Qual o modo mais adequado?
Existem diferentes tipos de jejuns intermitentes, e o mais adequado pode ser definido a partir de uma avaliação de necessidade e com o acompanhamento de um nutricionista e médico. “Muitas vezes se faz necessário também a presença de um psicólogo, pois o ato de se alimentar é muito mais do que uma necessidade energética corporal, envolve emoções”, afirma a docente.
Os tipos de jejuns mais comuns são: de 14 a 16 horas sem o consumo de alimentos, 24 horas, 36 horas e consumo em cinco dias seguidos por restrição de 48 horas. “No último caso, o consumo alimentar acontece normalmente em cinco dias da semana e, durante os outros dias, acontece uma restrição severa de calorias”, completa.
Dicas para uma prática saudável
É importante que o jejum intermitente não seja visto como a prática perfeita de perda de peso devido suas possíveis consequências. Então, se fizer essa escolha, é importante que o indivíduo tenha cuidado – principalmente com o consumo alimentar após o término do jejum. “O ideal é uma alimentação balanceada em calorias sem exagero, sem excesso de sal, gorduras, açúcar. O ideal é que seja retomada uma alimentação saudável”, alerta a professora.
Alertas
No entanto, Irani adverte que a prática não deve ser estimulada, visto que quanto maior tempo em jejum, maior será o sofrimento corporal resultando em perda de massa magra, carência de micronutrientes, além de potencializar as chances de transtornos alimentares. “Entendo que a busca pela mudança do comportamento alimentar e dos hábitos de vida sempre será a melhor escolha para o emagrecimento, pois visa mudanças que perduram para sempre”, explica.
“Prática restritivas são temporárias e não permitem resultados fixos por muito tempo, ou seja, essas práticas podem proporcionar o ‘efeito sanfona’, que é o emagrecimento seguido de ganho de peso em um ciclo constante” finaliza a professora.