Facilmente encontrado no Brasil, o mate é um ingrediente versátil e, dependendo de como é processado, gera sabores diferentes, resultando em boas possibilidades para a elaboração de drinks. Tanto o mate verde quanto o tostado tendem a estar cada vez mais presentes em coquetéis nacionais, e levando em conta que é preciso conhecer cada um de forma mais aprofundada para a extração do melhor resultado, a Embaixadora do Bar Convent São Paulo, Carolina Oda, explica as características dos dois tipos.
A principal diferença está no processamento da folha e, apesar de existirem produtores que estão desenvolvendo técnicas de trabalho para chegarem a novos tipos de mate, os dois citados possuem forte presença no país. De acordo com Carolina, mesmo igualmente saborosos para drinks, enquanto o mate verde tem um sabor mais fresco e leve, o tostado, traz um sabor mais caramelizado, achocolatado.
“Os mates atingem perfis diferentes e, em drinks, o verde combina com ingredientes cítricos, como o limão siciliano, além de jasmim e gengibre. Já o tostado vai bem com bebidas mais amadeiradas, café, frutas amarelas e especiarias. Tanto para um tipo como para o outro, é sempre interessante brincar com a infusão das folhas nos destilados para depois usar nos coquetéis. Com cachaça branca, por exemplo, há ótimos resultados”, explica. Cada mate é mais usado em determinadas regiões do Brasil, porém, conforme os profissionais do setor de bebidas forem aderindo aos dois tipos na preparação de drinks, o que é, inclusive, uma tendência de 2021, mais pessoas poderão experimentar os sabores das várias combinações possíveis.
“Os gaúchos estão mais acostumados com o mate verde quente no chimarrão, enquanto no Mato Grosso, o costume é consumir gelado, no tereré. Cariocas e paulistas, praticamente, só conhecem o tostado. Isso é uma questão cultural, que atinge o lado afetivo, mas a ideia é que, com o passar do tempo, todos conheçam outras possibilidades. Bartenders e outros profissionais do setor de bebidas devem apostar no uso do mate, já que tem grande aderência no país e, para isso, precisam estudar os métodos de extração, infusão, entre outros detalhes”, diz.
Quando o assunto é mate, também é preciso destacar que, de forma técnica, só é possível chamar de chá o que vem da planta Camellia sinensis, e como a erva-mate vem da planta Ilex paraguariensis, não é correto dizer “chá mate”, e sim, apenas “mate”. “Assim como conhecer as propriedades dos ingredientes é importante, usar os nomes corretos também é algo fundamental para a jornada de profissionais do setor de bebidas”, finaliza Carolina.
Também embarcando na tendência do uso do mate em drinks, a Bartender e proprietária do Vizinho Gastrobar (RJ), Jéssica Sanchez, ensina a preparar o Beach, Please!, drink autoral e que leva mate tostado.
BEACH, PLEASE!
Ingredientes:
– 50 ml de rum envelhecido
– 20 ml de xarope de gengibre
– 20 ml de limão
– 30 ml de mate tostado (infusão em água quente)
– 1 ramo de hortelã
– Casca de limão siciliano
Modo de preparo:
Bata todos os ingredientes na coqueteleira com gelo ou pote com vedação hermética, e coe para um copo baixo com novos cubos de gelo. Finalize com o ramo de hortelã e casca de limão siciliano para perfumar.
Dicas:
É possível comprar um xarope de gengibre industrializado, porém, também existe a possibilidade de prepara-lo em casa, colocando 50 g de gengibre picado no liquidificador, com 200 ml de água e 300 g de açúcar; após o procedimento, basta coar.
Para preparar a infusão de mate, é preciso usar 100 ml de água para 15 g de erva. É necessário deixar 3 minutos em infusão.