A primeira terça-feira do mês de maio é dedicada à conscientização da população a respeito da asma, uma doença inflamatória crônica que afeta cerca de 20 milhões de brasileiros, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já a Organização Mundial da Saúde, aponta que a condição afeta cerca de 6% das crianças e 2% dos adultos.
A médica pneumologista da Cassems, Andrea Marcia Cunha Acosta, esclarece que a asma é causada por uma inflamação nos brônquios. “E isso faz com que aumente a produção da secreção dentro dos brônquios e facilita o broncoespasmo, ou seja, uma diminuição da passagem de ar pelos brônquios”, ressalta Acosta.
Entre os sintomas mais comuns da asma estão a tosse persistente e o cansaço respiratório. “Nem sempre a pessoa vai ter todos os sintomas de uma vez só, mas nas formas mais brandas, pode ser ou só tosse, ou só cansaço respiratório, ou chiado no peito, por isso a importância de ser avaliado por especialistas”, salienta a médica pneumologista.
Esses sintomas são os mesmos entre adultos e crianças e podem se intensificar conforme o quadro da doença. A médica pneumologista indica sinais que devem ser observados pelos pais. “Nas crianças, muitas vezes o sintoma predominante é a tosse. É uma criança que quando dá gargalhadas ou está correndo começa tossir, mesmo ela estando bem. E nos casos mais graves, é que terá chiado no peito. Ou então, quando a criança fica tossindo por mais de duas semanas são sintomas que devem ser investigados”, explica Andrea Marcia Cunha Acosta.
Em adultos, o mais comum é ele ter tido sintomas de bronquite, ou irritação brônquica, ou asma brônquica na infância, desapareceu em alguma fase da vida e volta na idade adulta. “Essa pessoa nem lembra que já teve asma, ou bronquite na infância, e geralmente a asma desaparece com o passar dos anos, mas pode acontecer de voltar na idade adulta”, salienta a médica pneumologista.
Ainda de acordo com a especialista, a mudança de temperatura influencia a rotina da pessoa que tem uma predisposição a ter a asma, mas ressalta que existem alguns fatores que fazem com que a doença se manifeste. “Aquela pessoa que teve quadro da doença na infância e alguns gatilhos fazem com que exacerba uma crise de asma. Esses gatilhos podem ser mudança climática, infecções respiratórias, poeira, ácaros, pelos de animais, e assim por diante”, enumera.
Diagnóstico
A médica pneumologista explica que os sintomas da asma podem ser confundidos com outras doenças e por isso, a avaliação médica é realizada por meio do diagnóstico diferencial. Em que são avaliados fatores como: história clínica, exame físico e quando necessário, exames complementares.
“É como se fossem avaliadas várias peças do quebra-cabeça para fazer o diagnóstico. Os sintomas de tosse, chiado, falta de ar, podem acontecer também na doença pulmonar obstrutiva crônica, num quadro de pneumonia. Então, são sintomas comuns a várias doenças, por isso que a história clínica tem que ser associada com exame físico e se necessário, exames complementares, e daí a importância da avaliação realizada pelo pneumologista”, ressalta a médica pneumologista.
Tratamento
A asma é uma doença crônica e por isso, não existe cura. “Existem vários consensos de tratamentos da asma. Nas fases mais iniciais do tratamento permite medicação conforme crise, porém isso tem que ser feito com muita atenção e cautela pelo médico que está acompanhando porque se a asma estiver em atividade e não estiver sendo feita a medicação, com o tempo essa asma vai piorando”, explica Acosta.
A manifestação da doença, no entanto, pode oscilar durante a vida. Por isso, o tratamento é contínuo. “O tratamento envolve o controle do ambiente, ou seja, a pessoa não deixar acumular coisas com poeira, não ter animais de estimação dentro do quarto, não fumar, tudo isso envolve as orientações de tratamento além da medicação, quando se fizer necessária”, ressalta a médica pneumologista.
Outro instrumento para o cuidado da doença são as vacinas, seja contra a gripe, a covid ou a pneumonia. “Nos casos mais leves, em que a asma entrou em remissão, o tratamento pode ser feito apenas no controle do ambiente, as vacinações necessárias, e medicação conforme crise se a pessoa entrou em um período de remissão muito prolongado”.