Mitos e verdades sobre a doação de sangue

Foto divulgação

A data, 25 de novembro, foi criada para sensibilizar as pessoas sobre a importância da doação. Doar sangue é um ato de solidariedade que contribui para salvar milhares de pessoas.

O dia é um momento de reflexão para o valor de doar sangue para além dos conhecidos, o ato individual e regular, salva vidas. Dia 25 de novembro não foi escolhido ao acaso, a data está relacionada ao fim de ano com suas festas e férias, historicamente uma época em que diminuem as doações, consequentemente os estoques de sangue das instituições. Até esta sexta, a Semana Nacional do Doador de Sangue une hemocentros de todo o Brasil na campanha “Somos Todos do Mesmo Sangue”.

O percentual recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de doadores num país é entre 3,5% e 5% da população, no Brasil corresponde a 2% (OMS). Especialmente neste ano de pandemia, tornou-se necessário chamar a atenção da população para a ação de doar de sangue. Durante o isolamento o número de doações diminuiu drasticamente, cerca de 50% em algumas regiões do país. Em Mato Grosso do Sul, a queda chegou a 40%.

Segundo a médica hematologista e professora do curso de Medicina da Uniderp, Arlete Maia, há muitos mitos envolvidos no ato de doar sangue. “A atividade é bastante segura e simples, por essa razão é sempre um bom momento para reforçar que doar sangue não é prejudicial à saúde do doador, o volume de sangue tende a voltar ao normal rapidamente e, portanto, não há fraqueza”, salienta. A coleta é baseada no peso da pessoa. Além disso, o organismo repõe todo o volume de sangue nas primeiras 24 horas após a doação.

Outros mitos

Doar é engordativo: não engorda nem emagrece. O volume de líquido é reposto em 24 horas.

Contágio de doenças: todo material utilizado é descartável, não há contato com sangue de outra pessoa.

Quem teve dengue nunca mais pode doar sangue: o organismo cria anticorpos contra as infecções virais e com isso o vírus é neutralizado. Há um período de quarentena de um mês entre a infecção e a liberação para a doação. No caso de dengue hemorrágica, o período é de seis meses.

Só podem doar sangue maiores de idade: adolescentes a partir dos 16 anos podem doar sangue. Fisicamente eles já estão aptos para doar sangue, desde que cumpram todos os requisitos básicos para doação, mas por serem menores de 18 anos, precisam de autorização dos pais ou responsável.

O sangue fará falta ao doador: a reposição do volume de plasma ocorre em 24 horas e a dos glóbulos vermelhos em 4 semanas. Entretanto, para o organismo atingir o mesmo nível de estoque de ferro que apresentava antes da doação, são necessárias 8 semanas para os homens e 12 semanas para as mulheres.

Mulheres não pode doar sangue durante a menstruação: as células sanguíneas doadas são repostas pelo organismo ao longo do tempo e não fará falta no desempenho das funções metabólicas da pessoa que doou. Por isso, a doação de sangue durante o período menstrual não apresenta nenhum risco à saúde da mulher. A candidata será avaliada em uma triagem que avaliará se o hematócrito está bom para a doação.

Quem tem piercing e tatuagem não pode doar: apenas pessoas com piercing na boca não podem doar sangue pois a boca está mais receptiva a infecções. Elas só estão aptas a doar 12 meses após a retirada. Pessoas que fizeram tatuagem, maquiagem definitiva e outros processos com perfuração da pele devem esperar 12 meses para voltar a doar sangue.