O morango é um alimento com baixo valor calórico (cerca de 38 calorias por 100 gramas), porém muito rico em diversos nutrientes. As vitaminas C, A, B5 e B6 estão presentes de forma significativa na fruta. Dentre os minerais, o Cálcio, Potássio, Ferro, Selênio e Magnésio são os de maior destaque na composição. A fruta também é rica em antioxidantes, como antocianinas e o ácido elágico, que auxiliam no combate ao envelhecimento precoce, na prevenção de doenças cardiovasculares e diversos tipos de câncer e na redução de inflamações.
A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo apoia e promove o desenvolvimento do morango, por meio de pesquisas e ações advindas da Agência Paulista dos Agronegócios (APTA) e da Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS).
Quem planta a fruta se encanta e não para mais. É o caso do produtor de morango do município de Piedade, Leopoldo Werner. “O morango é bem aceito pelos consumidores e, além disso, a gente gosta da cultura, né. É uma planta bonita, gostosa e bem aceita no geral”. O agricultor desenvolve a fruta há dez anos e acredita ser essencial estar sempre inovando para se adaptar às demandas de mercado. Recentemente ele implantou estufas em sua propriedade e vem realizando o cultivo, junto aos funcionários, em bancadas.
Segundo Leopoldo, o investimento mexe no bolso, mas depois compensa. “Dentro da estufa a fruta está protegida e assim eu consigo colher o ano inteiro, de janeiro a janeiro. Pra mim, esse é o caminho.” Além da proteção das mudas contra as chuvas e a maior possibilidade de colheita, ele destaca a mudança na forma de trabalhar na estufa, que garante mais proximidade com a fruta, e com isso mais conforto ao profissional e otimização de tempo no manuseamento.
Em 2020, o Estado de São Paulo deve colher 2,22 milhões de caixa de quatro quilos da fruta (dados preliminares), sendo que o EDR (Escritório de Desenvolvimento Rural) de Sorocaba respondeu por 43% da produção total de São Paulo, em 2019, o que representou uma renda de mais de R$ 47 milhões. Outras regiões importantes no cultivo da fruta são Campinas e Bragança Paulista.
Dentro do Laboratório de Micropropagação de Mudas do Departamento de Sementes, Mudas e Matrizes (DSMM), que pertence à CDRS, da Secretaria, 30 mil matrizes de morango serão produzidas até o final de 2020, que darão origem às mudas para o plantio da próxima safra da fruta, em 2021. O espaço tem capacidade para produzir até 100 mil matrizes por meio da micropropagação, um conjunto de técnicas que permite que as plantas sejam desenvolvidas in vitro, com excelente qualidade e ausência de vírus, fungos e bactérias. A cultura in vitro permite a produção em massa, em qualquer época do ano; independente das condições climáticas, atende os produtores sem interrupção e oferece ao mercado produtos de qualidade.
Cada matriz pode dar origem a uma média de 300 mudas, podendo chegar a até 500 mudas. No laboratório, são produzidas matrizes de morango, mas há possibilidade de produzir matrizes e mudas de outras espécies como banana e mandioca, todas isentas de qualquer doença.
Já as pesquisas conduzidas pelo Instituto Biológico (IB-APTA) têm buscado identificar espécies ou linhagens de ácaros predadores com alta capacidade de predação das principais pragas da cultura, como o ácaro-rajado, que pode causar perdas de 80% na produção, e com elevada tolerância ou resistência aos principais defensivos agrícolas utilizados pelos agricultores. Com isso, os trabalhos viabilizam o uso desses inimigos naturais, mesmo em cultivos com aplicações frequentes de agroquímicos.
Uma das linhagens do ácaro predador Neoseiulus californicus (Acari: Phytoseiidae), coletada por pesquisadores do IB em cultivo comercial de morango em Atibaia, interior paulista, mostra-se resistente a vários inseticidas e acaricidas, favorecendo o seu estabelecimento nos cultivos de morango, onde são realizadas aplicações de inseticidas e acaricidas para o controle de pragas de diferentes espécies. O uso desse “inimigo natural” pode reduzir em mais de 70% a aplicação de acaricidas contra a praga e, em alguns casos, possibilita a eliminação do uso de produtos químicos.
O controle biológico é amplamente desenvolvido pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento de SP, e consiste no uso de inimigos naturais para diminuir a população de uma praga. Resumidamente, pode ser definido como natureza controlando natureza. Os agentes de controle biológico agem em um alvo específico, não deixam resíduos nos alimentos, são seguros para o trabalhador rural, protegem a biodiversidade e preservam os polinizadores.