*Por Rodolfo Ribeiro
De um ano para cá, muita coisa mudou muito: a maneira como trabalhamos, como nos relacionamos com nossos entes queridos e, principalmente, nossas expectativas para o futuro. De repente, o futuro virou um borrão de incertezas e tivemos que ressignificar muita coisa. Claro que isso veio acompanhado de diversas oportunidades de mudanças de foco: você pode ter chegado à conclusão que talvez trabalhar tanto para comprar um carro novo pode ser menos relevante do que passar um tempo de qualidade consigo mesmo, meditar e cuidar da saúde. Só que nenhuma mudança é exatamente simples, né?
A mudança não ocorre de uma hora para outra. Eu costumo dizer que toda mudança pode percorrer um processo de quatro fases. À título de exemplo, vamos pensar que você quer manter uma rotina de saúde física mais equilibrada.
Neste caso, a primeira é aquela fase da animação, quando você acorda numa segunda-feira de manhã determinado ou determinada a começar uma dieta regrada e a treinar antes de trabalhar; a segunda é quando você está firme no processo de mudança, fazendo as refeições adequadamente e fazendo atividades físicas regularmente, mas a vida vai acontecendo e você tenta equilibrar todas as responsabilidades anteriores com os novos hábitos; a terceira fase é quando você começa a se questionar se tudo isso vale a pena, se não é melhor ter uma vida mais conformada, da forma que era antes; a quarta fase é quando você aceita o fracasso.
Todos nós já abandonamos voluntariamente diversos objetivos de vida. Está tudo bem refletir e chegar à conclusão de que alguns desejos realmente não valem a pena ou não cabem num determinado momento da nossa vida, mas também está tudo bem retomar algo que um dia desistimos. É preciso de muito mais coragem para retomar um objetivo que fracassamos do que começar do zero. E isso é ótimo, pois já temos alguns aprendizados dos desafios que passamos e temos mais clareza para pensar em estratégias para não perdermos a animação e o foco como se todo dia fosse o início da primeira fase.
Não é porque você perdeu o foco, que deve desistir. Não é porque você escorregou em alguma das suas metas de ano novo, que deva dar o ano como encerrado e deixar para recomeçar no ano seguinte. Recomece agora. Não precisa nem esperar a próxima segunda-feira.
O caminho para os nossos objetivos nunca será uma linha reta e, quanto mais cedo você entender isso, mais fácil vai ser lidar com os fracassos temporários.
*Rodolfo Ribeiro é CEO da 7waves