Mulheres arquitetas lançam coletivo hoje, no Dia Mundial da Arquitetura para reivindicar equidade de direitos

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Em razão do Dia Mundial da Arquitetura, mais de 450 arquitetas lançam, nesta quarta-feira (01), um coletivo pedindo por equidade de gênero na profissão. No estado, dos aproximadamente 50 mil arquitetos urbanistas registrados no Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo (CAU/SP), mais de 62% são mulheres, somando cerca de 35 mil profissionais. De acordo com um relatório anual do Ministério do Trabalho e Emprego (TEM), arquitetas urbanistas mulheres recebem menores remunerações do que seus colegas homens, além de terem carreiras interrompidas por questões familiares e dificuldades de recolocação no mercado. Vale ressaltar, inclusive, que esses fatores se agravam de acordo com a cor da pele, gênero e sexualidade e a classe social com as quais as profissionais se identificam.

Sendo maioria na profissão e minoria no reconhecimento, arquitetas se uniram para debater gênero na profissão. Formou-se assim “Arquitetas em rede”, articulação suprapartidária, coletiva e horizontal que busca refletir sobre a representatividade de forma plural, inclusiva e democrática.

“O maior prêmio internacional de arquitetura, o Pritzker, existe há 25 anos e apenas em 2020 nomeou um escritório de mulheres, as irlandesas Yvonne Farrell e Shelley McNamara”, pontua uma das fundadoras do coletivo. “Em grupo, pretendemos promover trocas e estimular o debate. Precisamos ocupar as premiações, os concursos e todos os espaços de tomadas de decisão. Esse apoio mútuo possibilita um fortalecimento de nossas atuações”, finaliza.

Em 2019, o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) premiou a arquiteta Rosa Kliass com o primeiro Colar de Ouro a uma mulher, atribuição criada em 1967. Contudo, é válido trazer que, ainda que reconhecida, parte da sua obra foi destruída pela municipalidade de São Paulo, em dois momentos, na década passada, com algumas reformas na Avenida Paulista e, com o canteiro ainda em atividade, na remodelação do Vale do Anhangabaú. Neste último caso, além do grave apagamento do legado desta importante mulher e profissional, perdemos, também, um projeto legitimamente brasileiro.

O coletivo está aberto para entrada de qualquer profissional da Arquitetura que esteja interessada em debater sobre o assunto e criar conexões com outras mulheres. Para fazer parte, basta buscar pela rede no Instagram e Facebook e preencher um cadastro disponibilizado on-line: http://bit.ly/arquitetasemrede.

Sobre Arquitetas em rede:

A “Arquitetas em rede” é uma articulação que busca refletir sobre a nossa representatividade na sociedade e nas nossas entidades. O compromisso do grupo é com uma sociedade democrática, progressista, plural e inclusiva, com o objetivo de oferecer espaço onde arquitetas mulheres possam criar laços e fortalecer suas atuações de diferentes formas.