- Arte e arquitetura reunidas em um só lugar resultam em um espaço único e acolhedor no primeiro aeroporto privado para a aviação executiva do país.
Localizado no km 62 da Rodovia Presidente Castello Branco, o São Paulo Catarina Aeroporto Executivo, há apenas 14 minutos de distância da capital de helicóptero e 35 de automóvel partindo dos principais polos de negócios, vem ao encontro de grandes capitais do mundo que oferecem infraestrutura para a aviação executiva. Além da pista de pousos e decolagens com 2.470 metros – Congonhas tem 1.940 – e capacidade para receber jatos executivos de grande porte, a arquitetura e projeto de interiores do terminal são um capítulo à parte.
Muito longe de ser mais um daqueles ambientes frios de saguão, o São Paulo Catarina Aeroporto Executivo já nasce maior e mais imponente quando o assunto é lounge ou terminal. Seus 750m² assinados sob a estética apurada de Murilo Lomas e Sig Bergamin, traz como conceito principal o bem-estar, o aconchego, tudo sob uma fina sintonia entre uma sofisticada arquitetura e o refinamento das artes plásticas. “O que motivou o projeto foi, desde o princípio, abraçar a relação entre arte e arquitetura. Um aeroporto que fosse também uma galeria, ou uma galeria que por conveniência fosse também um aeroporto”, conta Murilo. “Essa dualidade do espaço, que a princípio pode parecer um trabalho árduo de se resolver, convergiu naturalmente”, pontua o arquiteto ao destacar que arte e arquitetura caminham de mãos dadas para a execução de qualquer bom projeto.
Resultado de um intenso processo de curadoria figuram grandes nomes do cenário das artes brasileiras e estrangeiras, como Janaina Melo Landini, Fábio Baroli, Pedro Varela, Luis Coquenão e Juliani Cerqueira Leite. Vale destacar o trabalho de Tânia Candini, com a peça Obreiros, que parece sobrevoar os usuários. A composição feita com centenas de chapéus de uma rede de fast-food americana, sugere que cada indivíduo é essencial ao sucesso do todo.
Seguindo a paleta clássica de galerias com sua predominância branca, pinturas e fotografias descansam nas paredes muito favorecidas pela generosa entrada de luz natural que atravessa os grandes panos de vidro pensados estrategicamente de um lado do projeto, enquanto esculturas e instalações conversam com as escolhas de mobiliário cuja maior parte foi produzida especialmente para o espaço. Inspirada no design dos anos 1950 e 1960, os móveis são de tons leves e naturais especialmente para não conflitar com as obras.
Capaz de receber mais de 200 mil pousos e decolagens por ano, o Catarina se destaca por não ser apenas mais um espaço fluído, como todos os outros, e sim por se tratar de um lugar que cria uma experiência por si só, como explica Sig. “A solicitação foi de criar um ambiente que tivesse uma passagem memorável, um espaço em que as pessoas se sentissem à vontade. Essa familiaridade foi conquistada justamente por meio da exposição de arte, contexto no qual grande parte dos usuários desse espaço estão frequentemente inseridos. Sendo assim, as obras e artistas que ali estão expostos são também uma lembrança que se trata de um espaço que é de certa forma cotidiano àquele público.”
Para ambos, um desafio “muito enriquecedor” reunir tantas obras em um só lugar. Eles contam que um dos maiores trabalhos no projeto foi justamente organizar toda a rede de contatos envolvidos em uma galeria, fazer uma cuidadosa curadoria peça a peça, estabelecer contatos com os artistas, além de pensar e repensar as melhores disposições de cada obra. “Todo esse processo é muito mais complexo do que pode parecer, mas incrivelmente prazeroso”, comemoram os arquitetos. E destacam que o ponto forte é justamente essa conversão: “um ambiente que tipicamente apresenta pouca potência de ocupação e é visto como espaço de transição passa a ser um objetivo em si, a despeito da viagem, e até mesmo atrai pessoas que não necessariamente estão ali aguardando um voo”, finalizam.