O cigarro tem sido uma fonte inesgotável de preocupação para profissionais da saúde em todo o mundo. Os malefícios associados ao hábito de fumar são muitos, afetando não apenas os fumantes, mas também aqueles que estão expostos à fumaça passiva. De acordo com dados fornecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabagismo é responsável, indiretamente, por 1 milhão de mortes por ano. Isso porque o cigarro contém mais de 7 mil substâncias químicas, das quais pelo menos 250 são conhecidas por serem prejudiciais à saúde, e mais de 50 estão associadas ao desenvolvimento de câncer.
Essas substâncias tóxicas afetam diretamente diversos órgãos do corpo, aumentando significativamente o risco de doenças cardiovasculares, respiratórias, cânceres e uma série de outras condições debilitantes.
“O cigarro é uma das principais causas evitáveis de morte em todo o mundo. Seu impacto devastador sobre a saúde é inegável: são milhões de mortes diretas ou indiretas, causadas pela inalação da fumaça, que aumenta os riscos de desenvolvimento de problemas respiratórios, doenças cardíacas, cerebrovasculares, metabólicas e câncer. Isso sem falar no impacto financeiro e social. Lembrando que o fumo passivo pode matar”, afirma a Assessora Médica da linha respiratória da FQM, Juliana Potengy,
Em um planeta com cerca de 8 bilhões de pessoas, cerca de 1.36 bilhão fuma. O número pode parecer alto, mas a boa notícia é que a porcentagem dos fumantes vem caindo de forma acelerada nos últimos anos. Quinze anos atrás, 23% da população mundial era de fumantes; hoje, o índice está nos 17%. No Brasil, esses dados estão em queda. Pesquisas realizadas pelo Ministério da Saúde apontam que em 2006, 15.7% dos brasileiros com 18 anos ou mais fumavam. Eram 19.5% dos homens e 12.4% das mulheres. Em 2023, porém, a pesquisa indicou que 11.8% dos homens e 6.7% das mulheres fumavam, o que representa cerca de 9% da população.
No entanto, para muitos fumantes, abandonar o hábito de fumar não é uma tarefa fácil. Além do estigma que envolve a questão, é preciso considerar os desafios causados pela abstinência, que é o nome do conjunto de sintomas que se instalam quando o dependente interrompe o consumo da substância causadora da dependência. No caso do cigarro, os sintomas mais conhecidos são irritabilidade, ansiedade, depressão, insônia, dificuldade de concentração, aumento do apetite e intensa vontade de fumar. E eles podem persistir por semanas ou até meses após a interrupção do tabagismo, tornando o processo desafiador.
Diante desses desafios, é fundamental oferecer apoio e recursos adequados aos indivíduos que desejam parar de fumar. Terapias comportamentais, medicamentos e apoio psicológico são algumas ferramentas podem aumentar as chances de sucesso na luta contra o tabagismo.