Chances de cura chegam a 95% quando a doença é detectada precocemente, afirma especialista do CEJAM
Prevenção, detecção e autoconhecimento são os principais pilares da campanha Outubro Rosa, movimento mundial de conscientização e controle do câncer de mama. Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) indicam que, apenas em 2020, 2,3 milhões de novos casos foram identificados no mundo, resultando em cerca de 685 mil óbitos.
Apesar dos números alarmantes, a mastologista Monique Valois, do Hospital Dia Campo Limpo, administrado pelo CEJAM, Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”, afirma que a taxa de cura do câncer de mama pode chegar a 95%, quando a doença é diagnosticada precocemente.
“Este é um movimento de extrema importância, à medida que coloca a saúde da mama em evidência, incentivando o autocuidado e fazendo com que as mulheres dediquem um tempo para olhar para si”, afirma a especialista.
Dra. Monique destaca que toda mulher deve conhecer o seu corpo. “Isso auxilia o profissional de saúde, caso surja alguma lesão diferente na mama. Apalpar os seios é um gesto de autoconhecimento e deve ser realizado de forma rotineira, independentemente da idade.”
Estatisticamente, a doença é prevalente em mulheres com mais de 50 anos, mas cerca de 10% dos casos surgem antes dos 40. “Infelizmente, nestes casos, a doença tende a ser mais agressiva”, alerta.
Prevenção
Ao contrário do que as pessoas imaginam, a finalidade principal da prática de se apalpar não é a detecção prévia do câncer de mama, mas sim a identificação de possíveis alterações na região mamária.
Conforme a médica, quando o nódulo chega a uma dimensão em que pode ser apalpado, é um sinal de que poderia ter sido diagnosticado precocemente, através de exames de rotina, como uma mamografia, por exemplo.
“É importante que a mulher apalpe suas mamas sempre que se sentir confortável. Isso pode ser feito a qualquer tempo: no banho, durante a troca de roupa ou em frente ao espelho.”
A especialista ressalta que, ao notar quaisquer alterações suspeitas, como nódulos endurecidos na mama, vermelhidão, retrações ou alterações na textura da pele e secreções sanguinolentas do mamilo, é necessário procurar atendimento médico o mais rápido possível.
Alguns fatores como idade e histórico familiar não podem ser alterados em relação aos riscos de desenvolvimento de um câncer de mama. Mas medidas de prevenção, como a diminuição no consumo de álcool, a prática regular de exercícios físicos e o controle do peso, podem auxiliar. Amamentar também é uma forma de prevenção, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), já que a mulher que amamenta durante um ano tem 4,3% menos chances de desenvolver tumores na região.
Tratamento
O tratamento da doença é realizado de acordo com o tipo de câncer de mama, podendo variar conforme o tamanho do tumor, a região no qual está localizado e suas características.
“Os tipos mais agressivos são diagnosticados em estágios mais avançados, normalmente com metástases em pulmão, cérebro, fígado e ossos, podendo levar à morte”, alerta a mastologista.
Hospital Dia Campo Limpo
Gerenciado pelo CEJAM, o Hospital Dia Campo Limpo conta com um polo de atendimento para a realização de consultas, biópsias e encaminhamento ao oncologista, em casos positivos para a doença.
Segundo o gerente da unidade, Jean Cley Miranda, após avaliação médica, caso o mastologista ateste a necessidade, a paciente é encaminhada para realização de uma biópsia na própria unidade, onde será colhida uma amostra para análise laboratorial.
“Desde a implementação do serviço, temos conseguido acompanhar indicadores e garantir um diagnóstico precocemente, bem como inserir as pacientes em serviços oncológicos completos e acolhedores, com uma equipe altamente capacitada”, destaca.
Miranda afirma que 100% dos diagnósticos obtidos no hospital foram realizados em um prazo de até 30 dias, contados a partir do momento da biópsia, e as pacientes encaminhadas ao serviço de Oncologia em um período inferior a 60 dias. “Nosso objetivo é garantir que todas sejam assistidas de forma integral.”
Para a Dra. Monique, as mulheres devem se colocar como prioridade e procurar o serviço de saúde anualmente para a realização dos exames de rotina, independentemente do histórico na família.