Restaurante Urus eleva a cozinha do Centro-Oeste e da Amazonia

Salão elegante do novo Urus, na Praça Vaticano

Na esquina da Avenida Europa com a Praça Vaticano, chama a atenção o casarão elegante com varanda ampla e o bar de espera na parte externa, onde clientes podem aguardar para provar a rica e interessante cozinha do novo Urus, restaurante de cozinha contemporânea inspirada em releituras da culinária do pantanal, cerrado e amazônico mato-grossense.

Atmosfera ao mesmo tempo aconchegante e sofisticada

Ali, os privilegiados frequentadores irão provar sabores típicos destas regiões, com releituras e interpretações internacionais pelo chef Massimo Bataglini, um italiano que vive há 20 anos no Brasil, e que hoje se considera mais brasileiro do que europeu. No Urus, ele aproveita os melhores ingredientes e receitas clássicas da culinária do centro-oeste e insere no conjunto de sua obra pinceladas amazônicas, em preparos tão vistosos quanto saborosos. E põe à mesa as mais inusitadas e criativas interpretações deste rico bioma brasileiro.

Chef Massimo Bataglini

No elegante salão, de atmosfera luxuosa e cosmopolita, amplo, arejado e sem ostentação, é impossível deixar de admirar a vitrine de carnes expostas em local estratégico, na condição de obras de arte, para alegria dos apreciadores de belos steaks e cortes nobres, destaques da casa.

Cortes nobres de gado taurino “grassfed”

Do Pantanal, Pintado, Piranha, Lambari e escama de Piraputanga surgem em versões criativas e instigantes, em uma festa para os olhos e o paladar. Do Cerrado, não poderia faltar o pixé, cumbarú, tamarindo, banana da terra, sem contar os meles da região, e sua majestade, o gado 100% taurino, grassfed cuja carne provém de bovinos alimentados através de pastagens e com finalização em silagem a base dos grãos de milho. A ampla e vistosa varanda é um convite a uma parada estratégica, para desfrutar de todas essas iguarias, em uma merecida pausa na agitada São Paulo.

Do bioma amazônico, desfilam ingredientes como o tucupi preto e o palmito pupunha, farinha de Uarini, a castanha do Pará, canjinjin, e guaraná, em bastão ralado na grosa. Pelo couvert, já se tem a medida exata do desfile de texturas, aromas e sabores que irão despertar as mais diversas nuances durante a degustação: delicadas telhas de milho crioulo, grão ancestral cultivado de forma orgânica por micro-produtores da região se apresentam nas versões, amarelo, roxo e vermelho, e chegam escoltadas por manteiga de castanha, romesco, ervilhas e wasabi.

Fina charcutaria de pequenos produtores

No capítulo das entradas, difícil escolher entre tantas opções como o Tartar de Pintado, o carpaccio de Wagyu com salicórnia e caviar Mujol, a burrata de vaca taurina, os queijos artesanais com mel de abelhas nativas e telha de polvilho, ou as charcuterias nacionais, feitas a partir de porco caipira ou as exclusivas entradas a base das carnes 100% taurinas como o croquete de ossobuco e o filé na ponta da faca.

Charcuteria artesanal

O viés italiano do chef Massimo Bataglini revela-se na sua escolha em introduzir um cappeletti no menu, mas não um capeletti qualquer, mas feito com piranha do Pantanal no próprio brodo, em uma inusitada composição. A Linguiça de porco moura com polenta e chimichurri é testemunha dessa junção criativa e harmoniosa de culturas e ingredientes, uma fórmula interessante que o chef maneja com maestria em seus preparos e receitas fora da caixa.

A barriga de porco, que não falta na boa mesa italiana, chega em folhas de limão com redução de canjinjin, bebida rica em sabor de ervas e especiarias, produzida na cidade que foi a primeira capital de Mato Grosso Vilabela da Santíssima Trintade. É preparada em três etapas, marinando por 24 horas, assada por 12 horas e pururucada.

Polvo, ajo blanco e páprica

O Lambari do Pantanal, por sua vez, brinca com a releitura do fish and chips, e chega à mesa empanado em fubá, acompanhado de mandioca frita e maionese de pequi. Cinco opções de massas, como Gnocchi, Fusilloni, Tagliolini e Canelloni ganham preparos ricos, com molhos variados como o de tamarindo roti, pesto, aratu e dendê, o tradicional pomodoro, com ricota e beringela, e o ragú de carne.

Já as iguarias Urus, preparadas com as carnes nobres produzidas em fazendas com protocolo Urus gado 100% taurino com melhoramento genético, manejo diferenciado e processo de criação Grassfed, apresentam maciez e sabor incomparáveis. Cortes clássicos como assado de tira, entraña, picanha, costela, short-rib, T-Bone e dois estilos de Tomahawk, são, digamos, a jóia da coroa, e recebem a escolta de arroz ao Biro-Biro, manteiga de pistache, batatas ao murro, cogumelos ao missô e castanha de cajú, farofa e purê de banana da terra.

Filé de gado Taurino “grassfed” servido com purê de banana da terra e pimenta verde fresca

Quatro sobremesas completam a jornada gastronômica no Urus, entre as quais se destaca a Tarteletti de laranja, com sorvete de guaraná e castanha do Pará. O doce é feito com fina massa sablé, recheada com curd de laranja, ganache de chocolate branco e laranja, praliné de castanhas do Pará, gel de agar agar de limão, e sorvete de guaraná do Mato Grosso. A finalização é feita com bastão de guaraná ralado na língua de pirarucu, polvilhando o sorvete. Um ritual e tanto!

Crianças contam com menu Kids, e a turma dos coquetéis encontrará na carta drinks clássicos e alguns autorais, com a assinatura da casa, como o Do Maxixe, o Cajueiro e o Tamarindo on The Rocks, entre outros. A carta de vinhos é enxuta, mas inclui bons rótulos do Velho e Novo mundo, com excelente relação custo/qualidade.

Os sócios Jean e Acilene Clini

A casa conta com aproximadamente 130 lugares e traz arquitetura contemporânea e poética, seguindo pilares essenciais da hospitalidade: aconchego, momentos memoráveis e celebração. O Urus conta com áreas internas acolhedoras e privativas, lounge externo, e o espaço Garden, para encontros e reservas especiais. Fotos: Tadeu Brunelli