Nutricionista e enfermeira Mariana de Sousa Dantas Rodrigues, docente do Unipê, explica como a nova norma estabelece o modelo de lupa e como os altos teores nutricionais podem ser indicados
É comum ver nas gôndolas de mercados alimentos industrializados que se dizem saudáveis. Com embalagens bastante coloridas, ficam mais atrativos ao público, que ainda tem dificuldades para entender a composição de nutrientes impressa nesses produtos. Mas esse cenário deve mudar nos próximos anos.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou recentemente a nova norma sobre rotulagem nutricional de alimentos embalados, com destaque para a parte frontal deles. Agora, haverá alertas quando houver altos teores de açúcar, gordura e sódio.
A rotulagem frontal será obrigatória, segundo Resolução da Diretoria Colegiada da Anvisa Nº 540. O modelo aprovado usará símbolos informativos e design de lupa padronizado contendo informações sobre o alto conteúdo desses e outros nutrientes importantes para a saúde humana.
A título de curiosidade, o modelo de advertência aprovado pela Anvisa se difere do de triângulo, que é baseado em evidências científicas e, em alguns países, foi uma alternativa de fácil interpretação visual e um impacto positivo no combate à obesidade.
Mesmo assim, a medida no Brasil é positiva dos pontos de vista de saúde pública, consumo e sociedade, aponta a nutricionista, enfermeira e Profa. Ma. Mariana de Sousa Dantas Rodrigues, do curso de Enfermagem do Unipê. “A rotulagem frontal pode auxiliar nas escolhas alimentares mais saudáveis, visto que as pessoas podem conferir aspectos relacionados à qualidade nutricional dos produtos industrializados”, justifica.
A nutricionista ainda indica haver muitos desafios quanto ao consumo consciente, daí a necessidade de implementar e fortalecer políticas públicas que garantam a soberania alimentar. “Ademais, é fundamental promover o acesso à informação sobre alimentação saudável para toda a sociedade, no intuito de prevenir problemas como sobrepeso, obesidade, diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e câncer”, pontua.
Quando inadequados, os rótulos podem dificultar a identificação e a compreensão de dados sobre a quantidade de nutrientes e ingredientes que, segundo o Guia Alimentar da População Brasileira, indicam o grau de processamento dos alimentos.
Os graus são divididos em quatro: in natura, como hortaliças em geral, ovos, carnes e peixes; minimamente processados, como o arroz e o feijão; processados, como compotas de frutas, carnes salgadas e defumadas, sardinha e atum enlatados, queijos, entre outros; e ultraprocessados, como salsichas, hambúrgueres, pizzas e pães industrializados.