*Por Carol Berger
A alopécia, condição característica daqueles que têm perda de cabelos ou pêlos pelo corpo, entrou em pauta nesta semana depois que o ator Will Smith deu um tapa no humorista Chris Rock para defender a esposa, Jada Smith, de uma piada feita sobre a queda de cabelo da atriz devido à doença. A cena foi transmitida ao vivo, durante a transmissão do Oscar, para milhões de pessoas de todo o mundo e trouxe dúvidas sobre a condição de Jada à população.
De acordo com a médica cirurgiã-geral, pós-graduada em Dermatologia e especialista em procedimentos faciais, Carol Berger, de Florianópolis, Jada sofre de queda capilar devido a um quadro de Alopécia Areata, condição inflamatória, que pode ter predisposição genética, na qual o organismo cria anticorpos contra os folículos pilosos, gerando inflamação e queda.
No entanto, a especialista explica que existem diversos tipos de alopécia e que todos causam grande impacto na vida dos pacientes. “A alopécia é um termo amplo, que define uma condição, e não uma doença específica. A pessoa que sofre do mal pode apresentar queda por afinamento e rarefação ou por ausência do nascimento de pêlos em determinado local. Para definir a causa é necessário uma avaliação médica completa que inclui o histórico clínico e familiar do paciente, exame físico incluindo a tricoscopia, teste de tração e, muitas vezes, uma biópsia do couro cabeludo”, explica a médica.
Conforme a Dra Carol, o tratamento depende das causas específicas da doença e pode ocorrer por meio de medicações tópicas ou injetáveis com corticóides e até imunossupressores se a causa for inflamatória ou autoimune. “Para saber como tratar precisamos entender se as causas são hormonais, metabólicas, autoimunes, de tração, quebra, morte dos folículos pilosos ou falta de substrato”, acrescenta.
Transplante capilar nem sempre é solução
A médica catarinense destaca que muito se especula sobre o transplante capilar para solucionar a doença, porém, segundo ela, nem sempre esta é a solução. Isso porque só é possível transplantar cabelo se houver área doadora de folículos pilosos viáveis. Além disso, se não tratar a causa da alopécia o cabelo segue caindo ou afinando. “O tratamento precoce é a melhor saída. Quanto mais tempo demoramos para identificar a causa e iniciar o tratamento específico, mais a doença evolui e menor é a chance de recuperação dos fios e folículos”, aponta Carol Berger.
Carol Berger é médica cirurgiã-geral e especialista em procedimentos faciais