Sete dicas para evitar a contaminação cruzada por glúten

Cuidados simples no dia a dia podem fazer a diferença para a saúde de quem vive com doença celíaca. Imagem de freepik

A Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG) lançou uma campanha educativa para orientar sobre a prevenção da contaminação cruzada por glúten, um dos principais riscos para pessoas com doença celíaca. A ação integra o Maio Celíaco e visa conscientizar a população, profissionais de saúde e do setor alimentício sobre cuidados no preparo de alimentos sem glúten. Segundo a FENACELBRA, 9 em cada 10 celíacos já sofreram contaminação cruzada, que pode causar dor abdominal, anemia e perda de peso. Mesmo assim, apenas 28% dos estabelecimentos conhecem o tema, conforme o Instituto Qualibest (2024).

Diante disso, a Dra. Daniele Kiatkosk, membro titular da FBG e diretora de comunicação do IBREDOC, comenta que a informação é uma das principais aliadas na prevenção: “A contaminação cruzada ainda é uma das maiores ameaças à saúde do paciente celíaco. Nosso papel é levar informação de forma clara e acessível, mostrando que pequenos cuidados fazem grande diferença na qualidade de vida dessas pessoas.”

A contaminação cruzada ainda é uma das maiores ameaças à saúde do paciente celíaco. Imagem de freepik

O maior desafio para o paciente celíaco é evitar a contaminação cruzada. Essa situação é tão danosa quanto a ingestão direta de glúten, pois mesmo quantidades insignificantes podem ativar o sistema imunológico e causar sérios danos. Há um grande desconhecimento por parte da população em geral, inclusive entre profissionais diretamente envolvidos com alimentação, como os que atuam em bares e restaurantes. Levar informação de forma clara e acessível é essencial para mostrar que pequenos cuidados fazem grande diferença na qualidade de vida dessas pessoas.

A seguir a especialista compartilha dicas simples para o dia a dia:

Use utensílios exclusivos: talheres, louças e panelas panos de prato e até tabua de carne devem ser separados para o preparo de alimentos sem glúten. Evite o compartilhamento com quem consome alimentos com glúten.

Tenha uma torradeira só para alimentos sem glúten: migalhas são grandes fontes de contaminação cruzada. Nunca compartilhe o equipamento.

Migalhas são grandes fontes de contaminação cruzada. Nunca compartilhe o equipamento.

Cuidado com superfícies e esponjas: limpe bem bancadas e troque a esponja ao preparar alimentos sem glúten. É importante é ter uma esponja exclusiva para essa finalidade.

Evite o uso de potes e condimentos compartilhados: a manteiga, o requeijão, a geleia e outros insumos podem conter resíduos de glúten caso alguém use a mesma faca. Prefira porções individuais ou utensílios exclusivos.

Separe os alimentos no armazenamento: guarde os produtos sem glúten em prateleiras superiores ou em locais separados, de preferência em potes bem fechado, evitando contato com farelos ou pó de alimentos com glúten.

Guarde os produtos sem glúten em prateleiras superiores ou em locais separados. Foto: cottonbro studio

Em restaurantes, pergunte sempre: informe-se sobre os ingredientes, faça análise de risco Prefira locais que ofereçam preparo dedicado para celíacos.

Atenção com fritadeiras e chapas: alimentos sem glúten preparados no mesmo óleo ou chapa utilizados para alimentos com glúten podem ser contaminados. É fundamental questionar sempre o estabelecimento, lembrando que o risco existe e que é necessário aprender a conviver com ele da maneira mais segura possível. Em caso de contaminação, recomenda-se repouso, uma dieta leve e boa hidratação. Se necessário, deve-se buscar orientação do gastroenterologista para o tratamento dos sintomas. Situações como essa podem servir de aprendizado, ajudando a evitar que o mesmo erro se repita no futuro.