O fim do dinheiro de papel já é uma morte anunciada na Suécia: até 2030, as cédulas e moedas deverão virtualmente desaparecer no país, que lidera a tendência global em direção à chamada “sociedade sem dinheiro”. A projeção é do Banco Central sueco.
É o prenúncio de uma nova era, dizem especialistas. A previsão é de que, no futuro, as economias modernas serão dominadas pelo uso do cartão e da moeda eletrônica em escala mundial.
Na Suécia, a transformação é visível. Cada vez mais cidadãos usam menos o dinheiro de papel, nesta sociedade em que os pagamentos já são feitos majoritariamente via cartão, celular e variados meios eletrônicos. Na capital, Estocolmo, cresce o número de restaurantes e lojas que estampam o aviso: “Não aceitamos dinheiro”.
Novos dados do Banco Central indicam que as transações em dinheiro representam, atualmente, apenas 2% do valor de todos os pagamentos realizados na Suécia – contra uma média de cerca de 7% no restante da Europa.
“Cerca de 20% dos pagamentos efetuados no comércio varejista ainda são feitos em dinheiro. Nossa avaliação é que o dinheiro continuará a circular na Suécia até aproximadamente o ano de 2030”, disse à agência sueca de notícias TT o porta-voz do Banco Central, Fredrik Wange.
A expectativa é de que a Suécia deverá ser o primeiro país do mundo a abolir o dinheiro de papel.
Nos ônibus de Estocolmo há tempos já não se aceita dinheiro. A tarifa deve ser paga com cartões pré-pagos ou via SMS, e basta mostrar ao motorista o celular com a mensagem que confirma o pagamento. Taxistas aceitam qualquer cartão.
Novas tecnologias e aplicativos de pagamento via celular também vêm sendo desenvolvidos com rapidez. Entre as novidades mais recentes está o aplicativo Swish, que acabou criando um novo verbo na língua sueca: “swishar” significa transferir dinheiro via celular.
Os principais bancos da Suécia vêm simplesmente parando de lidar com cédulas e moedas: cerca de 75% de suas agências já operam sem dinheiro – com a única exceção do Svenska Handelsbanken.
Ladrões de banco vão se tornando, assim, personagens do passado. O número de roubos a agências bancárias vem atingindo o índice mais baixo dos últimos 30 anos, segundo a Associação dos Bancos sueca.
Para os bancos, as vantagens de uma futura sociedade sem dinheiro são evidentes. Em primeiro lugar, ela traria mais segurança para funcionários e clientes.
Para os críticos da tendência, o aumento das transações digitais também representa o crescimento potencial de fraudes e riscos de segurança bancária, além do fato de que idosos e outros segmentos da sociedade têm acesso limitado a opções de pagamento eletrônico.
Uma prática mais segura e viável, será que essa ideia chega até o Brasil?