25 g de açúcar: é o máximo que as crianças devem consumir por dia

25 g de açúcar: é o máximo que as crianças devem consumir por dia

A quantidade refere-se ao açúcar adicionado aos alimentos e equivale a uma fatia de bolo — é o que diz a Associação Americana do Coração

A Associação Americana do Coração (AHA, na sigla em inglês) lançou pela primeira vez uma recomendação sobre consumo de açúcar por crianças e adolescentes. De acordo com a nova diretriz, publicada no periódico científicoCirculation, crianças e adolescentes de 2 e 18 anos devem ingerir, no máximo, 25 gramas (100 calorias) de açúcar adicionado por dia, o que equivale a seis colheres de chá. Bebês com menos de dois anos não devem consumir nenhum açúcar adicionado.

O açúcar adicionado é qualquer ingrediente adoçante que contém calorias, como açúcar, xarope de milho, frutose, mel ou melaço, adicionado aos alimentos durante o processamento industrial ou preparo. O limite estabelecido pela associação se refere apenas ao açúcar adicionado e não ao natural, encontrado em alimentos como frutas, sucos integrais ou leite, e equivale aproximadamente a um pedaço de bolo de fubá, 240 ml de refrigerante ou 40 gramas de chocolate ao leite.

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A nova diretriz americana recomenda também que o consumo de bebidas açucaradas, como refrigerantes, chás, sucos industrializados e bebidas energéticas, por crianças e adolescentes seja limitado a 230 ml por semana. (iStock/Getty Images)

“Tem havido uma falta de clareza e consenso sobre quanto açúcar adicionado é considerado saudável para crianças, então o açúcar permanece um ingrediente comumente presente em comidas e bebidas, e o consumo geral por crianças permanece alto – a criança americana típica consome cerca de três vezes a quantidade recomendada”, disse Miriam Vos, uma das autoras da recomendação e professora da Escola de Medicina da Universidade Emory, em Atlanta.

De acordo com a associação, o consumo exagerado de açúcar durante a infância aumenta o risco obesidade, hipertensão, diabetes, colesterol e triglicérides, o que, por sua vez, eleva a probabilidade de desenvolvimento de doenças cardíacas na idade adulta. Além disso, segundo Miriam, crianças que consomem alimentos cheios de açúcar adicionado tendem a comer menos comidas saudáveis como frutas, vegetais, grãos integrais e laticínios com pouca gordura. A contraindicação da ingestão de açúcar adicionado, segundo os autores, é para prevenir o desenvolvimento de uma preferência precoce por doces.

 

“Acreditamos que as evidências científicas para nossas recomendações são fortes e ter uma quantidade específica como objetivo vai ajudar de forma significativa os pais e os defensores da saúde pública a promoverem a melhor nutrição possível para as crianças”, diz Miriam Vos.

De acordo com o documento, bebidas açucaradas, como refrigerantes, chás, sucos industrializados e bebidas energéticas, são a principal fonte de açúcar adicionado. Por isso, a associação recomendou também que o consumo dessas bebidas por crianças e adolescentes seja limitado a 230 ml por semana.

Antes do lançamento dessa diretriz, a Organização Mundial da Saúde (OMS), já recomendava que o consumo de açúcar adicionado não ultrapasse 10% das calorias totais consumidas em um dia. No entanto, o ideal seria reduzir essa porcentagem para 5%, o que equivale a 25 gramas de açúcar por dia – ou 100 das 2.000 calorias diárias recomendadas para um adulto diariamente.

Brasil

Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (Erica) mostrou que osadolescentes brasileiros seguem uma dieta de alto risco para problemas cardiovasculares, doenças renais e obesidade. De acordo com o levantamento, o consumo de refrigerante e balas por jovens entre 12 e 17 anos supera o de frutas, verduras, hortaliças e suco natural.

Para Miriam, o comportamento dos pais é crítico para mudar o hábito dos filhos. “Beber água e servir de modelo para o seu filho também é muito importante”, disse.