No cenário atual de crescente preocupação com a sustentabilidade e a busca por alternativas mais limpas, os automóveis movidos a etanol e eletricidade emergem como duas opções promissoras para impulsionar a mobilidade urbana no Brasil. Enquanto o etanol é uma fonte renovável e amplamente disponível, os veículos elétricos promovem zero emissão de gases poluentes.
De acordo com Ricardo David, sócio-diretor da Elev, empresa especializada em soluções para o ecossistema da eletromobilidade, ambos os modelos são uma escolha viável e relevante para o Brasil, devido à vasta produção de cana de açúcar no país e da fonte energética brasileira que é 86% renovável, segundo os dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).
“Quando falamos dos automóveis elétricos devemos considerar que tipo de energia está sendo disponibilizada para o carregamento dos automóveis. Desse modo, os dados de geração de energia renovável demonstram que o impacto que os elétricos terão no Brasil é algo grandioso quando tratamos do impacto ambiental”, explica. Porém, o executivo não descarta a necessidade de automóveis híbridos com etanol. “Os carros movidos a etanol não podem ser descartados, mas acredito que o futuro para esse modelo é híbrido com o elétrico”, completou o executivo.
Atualmente uma das barreiras para a popularização dos elétricos no Brasil, em comparação aos automóveis movidos a etanol está no preço. Os automóveis elétricos ainda mantêm um valor elevado de aquisição e o especialista afirma que isso pode mudar em um futuro próximo. “Podemos observar um avanço significativo da indústria no desenvolvimento de novas tecnologias e, principalmente, baterias mais sustentáveis, que podem baratear ainda mais o preço dos elétricos em todo o mundo”, afirmou o executivo.
Recentemente, notícias de veículos com preços populares elétricos tem movimentado outros mercados no mundo. Um exemplo disso está no Tata Tiago EV, lançado no final do ano passado na Índia, com duas opções de bateria e autonomia de até 315 km, por um valor equivalente a R$ 56 mil.
“Acredito que podemos observar um futuro híbrido para o Brasil, onde os automóveis a etanol poderão ser também elétricos. Desse modo, poderíamos ter um produto de potencial de exportação, principalmente considerando que os automóveis a etanol carecem de mercado externo, enquanto os modelos elétricos têm ganhado o mundo. Assim, podemos pensar em uma solução para apresentarmos para todo o mundo, com potencial de ampliação internacional”, defendeu o executivo.