
Dormir mal pode ter impacto direto no controle do diabetes tipo 2. No Dia Mundial do Diabetes realizado no dia 14/11/2025, pesquisas mostram que até 6 em cada 10 pessoas com a condição sofrem de apneia do sono, distúrbio respiratório que fragmenta o descanso e interfere na ação da insulina.
A apneia obstrutiva do sono ocorre quando as vias aéreas se fecham parcial ou totalmente durante a noite, interrompendo a passagem do ar. As pausas podem se repetir várias vezes por hora, prejudicando a oxigenação do corpo. Os principais sinais são ronco alto, despertares frequentes, sonolência durante o dia e dificuldade de concentração.

“É uma combinação perigosa. A apneia fragmenta o sono, aumenta a resistência à insulina e favorece inflamações crônicas, que agravam complicações do diabetes”, explica o Dr. Geraldo Lorenzi Filho, pneumologista e diretor médico da Biologix.
Durante o sono, o corpo regula a liberação de hormônios essenciais, como insulina e cortisol. Quando o descanso é interrompido, esse equilíbrio se perde. O resultado é um aumento da glicemia e do risco de inflamações sistêmicas fatores que podem acelerar o surgimento de complicações como doenças cardiovasculares, neuropatias e retinopatias.
Tratar o sono também é tratar o diabetes
O diagnóstico da apneia é tradicionalmente realizado por polissonografia em clínicas especializadas. Mas já existem alternativas mais acessíveis, feitas em casa com um sensor portátil.
“Já são 20 mil diagnósticos mensais feitos no Brasil com o Exame do Sono da Biologix”, afirma o médico. O equipamento monitora respiração, oxigenação e intensidade do ronco que muitas vezes é o primeiro sinal percebido por quem dorme ao lado do paciente.

Medidas simples, como dormir de lado e perder peso, já podem reduzir os sintomas. Em casos específicos, o tratamento pode incluir o uso de placas mandibulares ou do CPAP, aparelho que mantém as vias respiratórias abertas durante o sono.
Um estudo publicado no American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine mostrou que o uso regular do CPAP por ao menos oito horas por noite reduz o risco de progressão para diabetes em pessoas com pré-diabetes. “Tratar distúrbios do sono é parte fundamental da estratégia para viver bem com diabetes”, reforça o Dr. Lorenzi Filho.



