Os festoons são dobras de pele que podem ocorrer tanto nas pálpebras inferiores, como na região malar (maçã do rosto). É uma condição difícil de tratar, que requer um planejamento terapêutico rigoroso para alcançar um bom resultado estético.
Segundo a oftalmologista Dra. Tatiana Nahas, especialista em doenças das pálpebras e Chefe do Serviço de Plástica Ocular da Santa Casa de São Paulo, os festoons são resultado de um problema estrutural, abaixo da superfície da pele, que causa danos ao tecido e às fibras elásticas na área sob os olhos. “Essas dobras de pele causam lacunas, flacidez e saliências entre a pálpebra inferior e a parte superior da bochecha (região malar)”.
Diferença entre festoons e bolsa palpebral
Embora possam parecer a mesma condição, há várias diferenças entre os festoons e a bolsa palpebral. “O festoon é uma pele flácida, que se move de um lado para o outro. Já a bolsa palpebral é mais firme, sendo uma protusão de gordura. Além disso, estão em locais diferentes na pálpebra. O festoon, geralmente, fica na parte inferior da bolsa”, explica a médica. Frequentemente, os festoons são mal diagnosticados e podem causar alterações estéticas importantes no rosto.
Difícil tratamento
Infelizmente, os festoons não respondem aos tratamentos convencionais. “Trata-se de um tecido herniado, que não responde a cremes, laser etc. É muito importante que o paciente procure um especialista em pálpebras, como um cirurgião plástico ocular, para avaliar e indicar o melhor tratamento”, reforça Dra. Tatiana.
No passado, o tratamento cirúrgico dos festoons acabava piorando a aparência do paciente. Por isso, ao longo dos últimos anos, outras abordagens foram estudadas para um melhor resultado estético. “Normalmente, os festoons podem aparecer junto com a bolsa palpebral e a bolsa malar, que é uma outra condição que atinge essa região”, diz Dra. Tatiana.
“A bolsa palpebral, geralmente, é retirada pela via transconjuntival, sem deixar cicatrizes na pele. Os festoons envolvem a retirada do excesso de pele, em conjunto com outras técnicas, como estímulo de colágeno, preenchimento com ácido hialurônico e laser. Nesse caso, é um tratamento que deve envolver também um dermatologista”, comenta Dra. Tatiana.
Existe prevenção?
Os festoons podem ser resultado do tabagismo, da exposição ao sol sem proteção, do estresse da genética, que desempenha um papel importante nessa condição.
“Por volta dos 25 anos, a pele já começa a dar sinais de que o tempo passou. Por isso, usar protetor solar desde a infância é imprescindível, bem como usar óculos de sol com proteção contra os raios solares. A hidratação das pálpebras também é muito importante”, recomenda Dra. Tatiana.
A pele também sofre os efeitos nocivos do cigarro, da bebida alcóolica, estresse e do excesso de consumo de sal! Esses fatores de risco também podem ser controlados. Entretanto, se há predisposição genética, os cuidados devem ser redobrados. Lembrando que pouco sono e coçar as pálpebras pioram essa condição.